sexta-feira, 31 de julho de 2009

Biografia



Assis José de Andrade (Andraci)

Assis José de Andrade, filho de Manoel José de Andrade e de Josefa Gomes de Andrade. Nascido em Lagoa Nova (PB), em 17/06/1937. Trabalhou na agricultura. Tendo vocação para escrita, publicou seus primeiros trabalhos de literatura de cordel com os títulos: "A Convivência do Caçote com Dona Sapa" e "O Filho que Matou o Pai Ébrio ou Tentado por Satanás". Vendia seus exemplares em praças públicas e em feiras livres do nordeste. Fazia aglomerações de pessoas e cantava seus versos, naquele estilo de repentista, sem o acompanhamento da viola, com sua voz harmoniosa. Ele veio para São Paulo e sempre trabalhou por conta própria.
Em São Paulo publicou os seguintes trabalhos: "Os Sinais do Fim da Era com os Horrores no Mundo", "O Salário Está Tardando e o Pobre Passando Fome", "Severina e Seu Casamento", "Pelezão e Sua História", "A Morte de um Presidente" e "O Sofrimento dos Aidéticos".
Já essa página eletrônica apresenta cinco trabalhos inéditos de Andraci: "Peleja entre Téo Azevedo e Andraci", "O Seqüestro de Uma Moça e o Desespero de um Pai", "O Espírito Fora do Corpo", "Pense Antes de Fazer" e "Presidente Lula em Literatura de Cordel".



Caricatura de Andraci (de autor desconhecido) publicada nas contra-capas dos poemas: "Pelezão e sua História", "Severina e seu Casamento" e "A Morte de um Presidente".

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Expediente

Textos e edição: Worney Almeida de Souza
Operação e atualização: Alvaro Souza

Contatos: produtoraculturalwaz@yahoo.com.br ou
Caixa Postal 675 São Paulo (SP) cep 01031-970

Publicações

Apresentamos as capas e os dados técnicos dos cordéis publicados por Andraci.



Título: O sofrimento dos aidéticos
Capa: Bené
Editora: AGEP - Artes Gráficas e Editora Triumpho
Páginas: 16 pgs.
Preço: CR$ 50,00
Tamanho: 14,5 x 21 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 80











Título: Os sinais do fim da era com os horrores no mundo
Capa: ilustrador não identificado
Editora: AGEP - Artes Gráficas e Editora Pontual Ltda.
Páginas: 20 pgs.
Preço: Não grafado
Tamanho: 13,5 x 19,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 70











Título: Os Sinais do fim da era com os horrores no mundo
Capa: ilustrador não identificado
Editora: Editora Franciscana
Páginas: 20 pgs.
Preço: NCR$ 1,00
Tamanho: 13,5 x 19,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 60












Contra-capa do livreto: Os sinais do fim da era com os horrores no mundo com foto do autor (fotógrafo não identificado)
















Título: "Pelezão" e sua história!!!
Capa: ilustrador não identificado
Editora: AGEP - Artes Gráficas e Editora Pontual Ltda.
Páginas: 20 pgs.
Preço: CR$ 2.000
Tamanho: 13,5 x 19,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 80











Título: A morte de um presidente
Capa: autor não identificado
Editora: Editora Triumpho
Páginas: 20 pgs.
Preço: NCZ$ 1,00
Tamanho: 14,5 x 20,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 80











Título: Severina e seu casamento!
Capa: Andraci
Editora: Copiadora Pontual
Páginas: 20 pgs.
Preço: CR$ 20,00
Tamanho: 14,5 x 20,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 70











Título: Coletânea e Literatura de Cordel nº 01
Ilustrações e capa: Tony Fernandes
Editora: Editora Phenix
Páginas: 36 pgs.
Preço: CR$ 180
Tamanho: 13,5 x 20,5 cm.
Tiragem: 20 mil exemplares
Período: década de 80











Título: O espírito fora do corpo
Capa: Andraci
Editora: Inédito
Páginas: 20 pgs.
Tamanho: 16,5 x 21,5 cm.
Período: 2008







segunda-feira, 20 de julho de 2009

O que é a Literatura de Cordel

Os versos da literatura de cordel trazem a simplicidade e a verdade do povo nordestino. O mundo é interpretado em rimas. As dificuldades da seca, do trabalho e da crueza da vida tomam forma em palavras cantadas, em poesia. A criação de histórias também abre espaço para o autor mostrar sua concepção de vida, suas crenças, seus preconceitos, suas certezas e suas dúvidas.
O desafio também é um grande exercício de imaginação. Confrontar outro cantador em palavras é um grande exercício de criação. Muitas vezes o poema impresso é motivo para improviso e a peleja se torna um jogo de rapidez e de sagacidade. Vence quem está com a verdade, com Deus ou que tenha a língua mais afiada, sem errar a rima.
Essa nova revista pretende apresentar para as novas gerações a Literatura de Cordel. Uma das mais expressivas das artes regionais brasileiras. Os folhetos têm geralmente do tamanho: 11 x 16 cm., com uma capa em uma cor, com 8, 16, 32 ou 48 páginas, impressos em tipografia (o que dá um aspecto diferente das publicações impressas em off-set, como a nossa própria revista) em papel jornal, expostos pendurados em cordões estendidos em uma banca (daí o nome) e vendidos em feiras e mercados.
Geralmente a venda é acompanhada pela cantoria dos versos pelo folheteiro (vendedor) ou pelo próprio autor. Algumas vezes acompanhados de viola e de pandeiro.
Sem periodicidade definida e uma tiragem significativa, as revistas de cordel expressam os sentimentos, as observações, a história, os personagens e o povo nordestino. Também comentam os fatos do dia-a-dia numa simplicidade e numa realidade sem igual.

Um pouco de história

A literatura de cordel tem suas origens na Europa, nos séculos XVII e XVIII. Eram romances populares chamados, na Inglaterra, de chapbook ou baladas; na França, colportage (mascate); na Espanha, pliego suelto e em Portugal, literatura de cordel ou folhas volantes.
Chegaram no Brasil no final do século XIX como forma de expressão popular que se insere em uma longa tradição de manifestações culturais. A cantoria, o improviso e os desafios oferecem aos leitores, geralmente as camadas mais pobres da população, versos contando histórias, noticiando fatos da vida política, social e religiosa e contando as agruras da vida do trabalho.
Os folhetos de cordel são vendidos por folheteiros que expõe seus volumes "a cavalo" pendurados em barbantes, em cima de caixotes ou mesmo espalhados sobre um pano no chão. São oferecidos em voz alta em feiras, mercados, portas de igrejas, em estações de trem ou rodoviárias ou em centros movimentados. As revistas também podem ser vendidas por vendedores ambulantes de porta em porta. O vendedor ou o autor usa sua voz e sua cantoria para atrair compradores. Canta seus versos para despertar a curiosidade.
Os temas são muito variados, mas correspondem a tradição da transmissão oral da história, de fatos corriqueiros ou extraordinários ou comentários sobre a vida política e econômica da região. Tudo parte da imaginação e da observação do escritor.
Nos desafios entre autores, as figuras folclóricas ou reais são um grande atrativo. A disputa é acirrada. Os insultos e provocações dão a tônica do poema.
As figuras religiosas têm um papel destacado como Padre Cícero Romão. Também a valentia e a violência dos cangaceiros, em destaque Lampião e Antônio Silvino, ou mesmo personagens históricos como Zumbi dos Palmares, são personagens constantes da literatura de cordel. Já o diabo é um inimigo constante de heróis ou de intrépidos vaqueiros. O folclore e a Bíblia são grandes fontes de inspiração e de criação.
A literatura de cordel sofreu muitas transformações no decorrer dos anos, desde a mudança do tipo de impressão, passando pela quantidade de versos, até às ilustrações das capas, mas principalmente pelos argumentos dos folhetos que mudaram acompanhando as andanças de seus criadores. Hoje o cordel também é produzido em outros centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraná e em outras regiões onde o migrante nordestino se estabeleceu.

Uma forma de arte popular

A literatura de cordel é uma forma de arte popular que utiliza a forma poética para contar uma história em versos divididos em estrofes. Com rimas simples mas precisas os autores percorrem a imaginação dos leitores.
O grande chamativo dos cordéis são as capas. Nos primeiros anos do século XX, os folhetos apresentavam nas capas, o título, o nome do autor e em alguns casos ornamentos tipográficos. As ilustrações foram a forma de atrair com mais facilidade os compradores. Como a impressão era tipográfica a solução encontrada foi a produção de xilogravuras, talhadas em tacos de madeira ou em pedra tipográfica. As ilustrações tinham só um cor e para serem destacadas eram impressas em papel de cores diferentes.
A contra-capa também tinha um papel importante para o autor do cordel. Traz informações úteis como o nome, endereço e até fotos ou desenhos do autor, assim como o endereço da tipografia.
Mas os melhores apelos para uma leitura de um cordel são os títulos. Todos têm que carregar um poder de síntese muito grande, suficiente para motivar a compra e apresentar o argumento principal do romance ou da história.
Apresentamos alguns exemplos de título inusitados: O Futebol no Inferno; O Casamento da Raposa com o Cão; Antônio Silvino, Vida, Crimes e Julgamento; A mulher de Quatro Metros que Anda de Feira em Feira; O Rapaz que Fugiu da Morte e Morreu; A Mulher que Deu a Luz Uma cobra porque Zombou do Bom Jesus da Lapa ou Eu Quero é Ser Madamo e Casar com Feminista.
De produção artesanal e tiragem precária, os folhetos de literatura de cordel ganharam tiragens e periodicidade regular em São Paulo, através da editora Prelúdio, que desde a década de 60, produziu centenas de volumes. Com capas apresentando desenhos coloridos (destacando o traço do quadrinhista Sérgio Lima) ou mesmo fotos de personagens reais das histórias, esses cordéis possibilitaram a melhor divulgação e o estudo cuidadoso da grande produção poética e de seus autores. Os temas também mudaram. A grande cidade industrial moldou os argumentos. Agora a adaptação dos migrantes é o mote principal e logo os personagens mudaram. Os artistas da TV, do cinema e da música substituíram Padre Cícero e Frei Damião. Os políticos e presidentes também ganharam espaço na cantoria e passaram por vilões e por heróis.
As mudanças só enriqueceram a literatura de cordel que ganha fôlego para comentar os fatos do novo século.


Worney Almeida de Souza

Letras de músicas

Em 1968, Andraci gravou um compacto simples pela Chantecler. O disco tem duas músicas compostas e cantadas pelo poeta: no lado l “O Casamento de Minha Irmã”,um xote, com 2 minutos e 20 segundos de duração. Já o lado 2 conta com a embolada “Vamos Aproveitar”, com 1 minuto e quarenta e seis segundos. O disco é rodado em 33 1/3 rotações e é registrado sob o nº C-16.151. O compacto tem boa repercussão e Andraci deu entrevistas em algumas rádios de São Paulo, como a Bandeirantes. Não se sabe a tiragem do compacto. “O Casamento de Minha Irmã” inspirou o autor a escrever o poema “Severina e seu Casamento” publicado na década de 70.


Letras de Músicas

Lado 1


“O Casamento de Minha Irmã”
(Xote)


Letra e música de ANDRACI

Eu vou fala como é
A minha irmã Severina
É malcriada e mentirosa
É ladrona e assassina
Tem a boca muito grande
E o corpo não combina

Ela tem um olho alto
E o outro muito baixo
O pescoço muito fino
E o nariz parece um facho
Minha irmã vai se casar
Com um negro feio e baixo


Mamãe vive desgostosa
Chorando de mais a mais
E esse negro,
Noivo dela é perigoso
Quando ele está nervoso
Briga até com o Satanás


Minha irmã já comprou roupa
De uma fazenda bonita
Numa loja em Pinheiros
A conta ficou escrita
Doze metros de cambraia
Com dezessete de fita


Minha irmã foi dizendo
Oh! Meu querido
Esteja bem prevenido
Que o namoro vai ser grosso
A infeliz tem um inchaço na goela
Oito palmos de canela
E dois e meio de pescoço


Vou falar dos convidados
Pra festa do casamento
E José magro do azar
Chico sujo e fedorento
Boca larga e pescoção
João Tingole e pé cinzento


E a comida da festa do casamento
Já mataram um jumento
Cinco gatos e um socó
E uma negra do cabelo afuazado
Está cuidando do guizado
Com a velha minha Vó


Quero avisar com todo contentamento
Vocês estão convidados Bis
Pra festa do casamento


Lado 2

"Vamos Aproveitar"
(Embolada)

Letra e música de ANDRACI

Vamos aproveitar
Que a hora está chegada
Deus fez o mundo do nada
Em nada vai se acabar. (bis)

Os pecadores tentarão entrar na lua
E moça andando semi-nua
Dizendo eu quero casar
Bem que falou padrinho Ciço Romão
Este mundo é um balão
E logo vai se apagar.
(Vamos aproveitar, etc.)

Oitenta e um já vai descambado a era
O anjo da besta fera
Logo vem a perturbar
Bem que falou padrinho Ciço Romão
Este mundo é um balão
E logo vai se apagar.

(Vamos aproveitar, etc.)

























































Músicas de Andraci



Reunimos abaixo as músicas gravadas por Andraci. São 11 músicas inéditas (algumas com mais de uma versão) gravadas em fita K-7, nos anos 80. Já as duas últimas são gravações registradas no compacto simples.


1) Gavião Beliscador


2) Na Poupança Dela


3) Quem Trabalha Tem! (Andraci e Luiz Moura Andrade)


4) Você Brigou Comigo


5) Pagode na Cama


6) O Perigo está na Frente


7) Cuidado Zé!


8) Declare sua Renda


9) O Pacotão (Andraci e Luiz Fundo Monetário)


10) Minha Desilusão


11) Não Queremos Desonestos


12) O Casamento de Minha Irmã


13) Quem Trabalha Tem! (nova versão)


14) O Pacotão (nova versão)


15) Gavião Beliscador (nova versão)


16) Cuidado Zé! (nova versão)


17) Na Poupança Dela (nova versão 01)


18) Na Poupança Dela (nova versão 02)


19) Pagode da Cama (nova versão)


20) O Casamento da Minhã Irmã (versão grafada no compacto simples)


21) Vamos Aproveitar (gravada no compacto simples)

Download das 21 musicas

http://rapidshare.com/files/387035833/Andraci.zip.html


quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Salário está Tardando

O Salário está Tardando (E o pobre passando fome)



Andraci escreveu "O Salário está Tardando (e o pobre passando fome)" em meados dadécada de 60. Publicado com recursos próprios o texto original se perdeu, assim como as cópias impressas. Parte do poema ainda existente está reproduzido abaixo.



Autor: Andraci


Assis José de Andrade
É meu legitimo nome
O pobre não pode mais viver
Só o rico tem renome
O salário está tardando
E o pobre passando fome.


130,00 cruzeiros
Custa um quilo de farinha
Arroz 300,00 um quilo
Tudo está fora da linha
E com oitocentos cruzeiros
Ninguém compra uma galinha


Feijão 230,00
O meu Deus! Que exploração!
Cebola é 95,00
E 65,00 é um pão
E custando 190,00
Um pacote de macarrão


110,00 cruzeiros custa
Um quilo de batatinha
Que eu mesmo vi comprar
Mais de uma camaradinha
E eu mesmo dei 80,00
Por três ovos de galinha


Carne é 600,00 cruzeiros
Todos jádevem saber
E um quilo da bacalhau
Meu bom irmão pode crer
É 900,00 cruzeiros
O pobre não pode comer


Diz ele assim: meu patrão
Queira me reconhecer
Eu sou um bom empregado
Já trabalhei pra morrer
O patrão diz: Vai embora!
Que eu não quero te ver


Sai ele desconsolado
Sem saber pra onde vai
Imaginando em sua mãe
E em seu querido pai
Sendo casado seus filhos
............................................


............................................
............................................
............................................
............................................


E também proteja o rico
Que tiver um bom coração
O que faz caridade aos pobres
Deus te de aumentação
Em sua riqueza na vida
E na morte a salvação


Tem o rico humanitário
E tem o rico desumano
Tem o pobre caridoso
Que para os outros é humano
E tem outros que não prestam
Quem diz é o paraibano


Se todos cristãos prestassem
Era uma felicidade
Mais como todos não prestam
Eu quero dizer a verdade
E por isto que o mundo
Hoje é cheio de maldade


E a fome de mais a mais
Por causa da carestia
O pobre trabalhador
Ganhando pouca quantia
E como é que o pobre passa
Ganhando esta mixaria


............................................
............................................
.............................................
.............................................

O Espírito Fora do Corpo


Autor: ANDRACI

Ô poesia Divina
Daquele alto sem fim
Em nome dos bons espíritos
Que estão juntos de mim
Eu vou descrever em versos
A vida não tem fim.

Com a permissão de Deus
A quem tanto eu quero bem
O Espírito nunca morre
E de muito longe vem
Já que Jesus é eterno
Somos eternos também.

Jesus nasceu em Belém
E trouxe a mediunidade
Veio mostrar para o povo
A sua Santa Bondade
E foi logo perseguida
Pelos homens da cidade
Ainda de menor de idade.

Sofreu que fez piedade
Naquela sexta-feira
Tua mãe chorava tanto
Que lhe dava até canseira
Vendo o seu filho cravado
Naquela cruz de madeira.

Gestas gritava e gemia
Falava alto e feroz
Se és o filho de Deus
Salva a ti e a nós
Dimas suplica com Jesus
Gestas ficou entre nós

Tudo que aconteceu
Todo mundo já conhece
E nesse mundo de provas
Precisamos muito de prece
Deus castiga a quem merece
Quando um desse o outro sobe
E quando um sobre outro desce.

Ninguém queira fazer o mal
Procurem suas medidas
Todo mundo aqui na Terra
Tem que pagar suas dívidas
E dívidas antepassadas
Que foram de outras vidas.

Nos mundos que eu nasci
Você também já nasceu
Nos mundos que eu vivi
Você também já viveu
Nos mundos que já sofri
Você também já sofreu.

O corpo fica na Terra
Porque é material
O espírito vai embora
Para vida espiritual
Se fez o bem colhe o bem
E se fez o mal colhe o mal

Temos que pedir perdão
Ao Pai Celestial
Quem errou não erre mais
E seja mais fraternal
Que a verdadeira vida
É a espiritual.

Assim falava Jesus
Para uma multidão
Estou aqui com a paz
O amor e o perdão
E fora das Leis Divinas
Não haverá salvação.

Falava o nosso Mestre
Com paciência se vai
Todo aquele que fizer
As vontades de meu Pai
Estarão fazendo as minhas
E no abismo nunca cai.

Ele falava tranquilo
Para aqueles ateus
Eu sou a luz no mundo
E não vou desprezar os meus
Aqueles que me criticam
Estão criticando a Deus.

Deus deixou o livro arbítrio
Dando esta liberdade
Cada um querendo tem
De minha fraternidade
E o que fizer o mal
Não é de minha vontade.

Todo aquele que roubar
Ou matar um nosso irmão
Tem que pagar os seus crimes
Nas grades de uma prisão
E quando desencarnar
É triste a situação.

Se você aqui na Terra
Não viver muito direito
Da presença de Jesus
Se tornou mais imperfeito
Que a Lei de Deus é Santa
E vamos tê-la com respeito.

Se ver o pai contra o filho
O irmão contra o irmão
O ódio traz a vingança
Irmã da desunião
É falta de confiança
No autor da criação.

Os bons espíritos não dormem
Todos estão de ouvidos
Os crimes são descobertos
Por mais que sejam escondidos
E aqueles encobertos
Todos são esclarecidos.

São poucos os escolhidos
Para Santa Eternidade
Aquele que praticaram
A tal da perversidade
Que sejam recuperados
E recebam a felicidade.

Um espírito iluminado
Não fica na escuridão
O espírito endurecido
Em outra reencarnação
Pode voltar se arrastando
Como cobras pelo chão.

Não devemos receber
A intuição deletéria
A Lei da Reencarnação
É uma praga muito séria
Uns blasfemam contra Deus
E só acreditam na matéria.

Todos aqueles que negarem
A insistência de Deus
Estão negando a si mesmo
Eu digo nos versos meus
No plano espiritual
Já estão os nomes seus.

E quando chegarem lá
Na maior escuridão
O sofrimento é tão grande
De fazer lamentação
Cada um paga o que deve
Para receber o perdão.

Parece até meu irmão
Eu o sofrimento é sem fim
É onde o mau espírito
Grita chora e diz assim
Ô Jesus Divino Mestre
Tenha compaixão de mim.

Você foi ruim na Terra
Nunca quis fazer o bem
Não adianta chorar
Porque chorar não convém
Arrependimento tarde
Nunca libertou ninguém.

Aquele que não trabalha
Nunca saí do sofrimento
Comendo resto dos outros
E dormindo ao relento
Até que é enquadrado
Dentro do regulamento.

Quem trabalha honestamente
Vive com tranquilidade
E é sempre ajudado
Pelo espírito da Verdade
E aquele que não trabalha
Só traz a perversidade.

Até Jesus trabalhou
Em uma carpintaria
Humilde e bem satisfeito
E toda hora dizia
Trabalhando é que se ganha
Nosso pão de cada dia.

A Santa Virgem Maria
Sempre lhe acompanhava
Ela orava por Ele
E Ele por todas orava
Ela chorava por Ele
E Ele por ela nunca chorava.

Pregava o Evangelho
De todo o seu coração
Expulsava os demônios
Com a sua oração
E curava os enfermos
Foi esta a sua missão.

Falava o Divino Mestre
Com paciência se vai
Todos aqueles que fizerem
As vontades de meu Pai
Estarão fazendo as minhas
E no abismo nunca cai.

Ele falava tranquilo
Para aqueles fariseus
Eu sou a luz do mundo
E não vou desprezar os meus
Aqueles que me criticam
Estão criticando a Deus.

Jesus falava: hipócritas!
O meu mundo é diferente
Aqui só tem valentia
Lá não tem ninguém valente
O bom de lá é meu Pai
Que está eternamente.

Aquele que não crer no Pai
No filho não também crer
E só acredita mesmo
Quando o corpo falecer
O espírito sofre tanto
Que deseja até morrer.
Depois de tanto sofrer
Na maior escuridão
Terá que voltar de novo
Para reencarnação
Pode até reencarnar
Na pior situação.

Se você não carregar
A Lei da Fraternidade
Nunca poderá entrar
No caminho da Verdade
E nunca será perdoado
Lá da Santa Eternidade.

Em toda parte do mundo
O meu Pai está presente
Se o espírito está manchado
O teu corpo está doente
Ninguém irá a meu Pai
Com o pecado na frente.

As águas lhe obedeciam
E até mesmo o vento
Tudo isso ele fazia
Pelo seu merecimento
Falava com o seu Pai
Através do pensamento.

Mais para lá do que para cá
Nossa vida é um transporte
O sonho retrata a vida
O sono retrata a morte
Quer dizer morte do corpo
Porque o espírito é forte.

Eu mesmo já estou vendo
De uma seguinte maneira
À noite eu deixo meu corpo
Naquela maior soneira
Assim mesmo fora dele
Perambulando a noite inteira.

Vejo casos de tristeza
Do tempo da escravidão
Vi o corpo de mamãe
Num velho preto caixão
Meu irmão no hospital
E o meu pai na prisão.

Vi chegar um preto velho
Com um evangelho na mão
Olhava para mim dizendo:
Veja que situação
Seu pai matou sua mãe
E bateu no seu irmão.

Já comecei a chorar
Sentindo um grande tremor
O preto velho falava
Seja mais conhecedor
Tudo isso aconteceu
Numa vida anterior.

Você que está passando
Pela reencarnação
Eu também já passei
Estou em evolução
Um espírito evoluído
Tem a boa vibração.

Você seja mais humilde
E não seja negativo
Não zombe de quem morreu
Que todo mundo está vivo
Tenha confiança em Deus
Que você é positivo.

Seja mais carismático
Um conselho estou lhe dando
As dívidas do seu passado
Que você está pagando
Não é das provas difíceis
Que você está passando.

Seu corpo está lhe esperando
É melhor que vá embora
Vá cumprir com o dever
Que está chegando a hora
Você que pertence a Ele
Tem que procurá-lo agora.

Vá logo sem demora
Leve esta oração
Receba este evangelho
Que é sua proteção
A riqueza te acompanha
E atrás vem a perdição.

Eu perguntei para ele
Porque me falas assim
Sou pobre, não tenho nada
Meu sofrimento é sem fim
Porque é que a riqueza
Trás a perdição para mim.

Me respondeu ele assim:
Fique sendo sabedor
Você já foi muito rico
Numa vida anterior
Passou por todas as provas
Para ser compositor.

Você agora vai ter
Na vida material
Outra oportunidade
Não vá perder a moral
Não vá misturar o trigo
Com a semente do mal.

Voltei emocionado
Com aquela oração
Peguei meu corpo e sai
Já em outra direção
Para cumprir o dever
Fazer a minha obrigação.

Tudo que me aparece
Pertence ao mundo astral
Vejo tudo diferente
Do mundo material
Louvado seja Jesus
Nosso irmão celestial.

Da Santa Eternidade
Jesus está me ouvindo
Em nome de sua Mãe
Seu amor seja bem-vindo
Para quem está acordado
E para quem está dormindo.

Parece que estou ouvindo
A voz de Deus das alturas
Dizendo logo irá meu filho
Para julgar as criaturas
E todos já se preparem
Para suas sepulturas.

A vinda dele é depois
De uma Guerra Mundial
Nos quatro cantos do mundo
O fogo pegando igual
E é desta vez que chega
O nosso ponto final.

O sol perde seu clarão
O mundo vai escurecer
Acredite quem quiser
Isto pode acontecer
Com as rajadas de fogo
Que do céu irá descer.

Ele que sofreu no mundo
Para receber a Glória
Cada um tem que sofrer
À procura da vitória
Só ele mesmo deixou
O seu nome na história.

Ô Jesus Divino Mestre
Nosso orientador
Livrai-nos dos maus espíritos
Estou pedindo ao Senhor
Em nome da tua Mãe
Me atenda, por favor.

Não devemos criticar
Nem uma religião
Numa só se unirá
Sem haver revolução
Que é nessa sagro santa
Terceira revelação.

Andraci é o meu nome
No plano ESPIRITUAL
DEUS ESTÁ DENTRO DE MIM
REPRESENTANDO A MORAL
AQUELE QUE CRER NO PAI
COM O FILHO SEMPRE SAI
E SE DEFENDE DO MAL.


FIM


Oração do Amor

É EM VOSSO NOME
DEUS AMADO SANTIFICADO
REI DO UNIVERSO
EU LHE PEÇO DE CORAÇÃO
VOSSA PROTEÇÃO
E QUE TODAS AS NAÇÕES
TENHAM MAIS PROGRESSO
QUE HAJA PAZ, AMOR
E FRATERNIDADE
DESVIA SENHOR A TODOS
DA CALAMIDADE
DO ÓDIO, DA INVEJA
DA MALDADE E DO TERROR
QUEREMOS EVOLUIR
PARA VOSSA ETERNIDADE
E NÃO QUEREMOS DIMINUIR
PELA FALSIDADE
OH, DEUS AMADO
QUE SEJA FEITA TUA SANTA VONTADE
DEUS....