sexta-feira, 31 de julho de 2009

Biografia



Assis José de Andrade (Andraci)

Assis José de Andrade, filho de Manoel José de Andrade e de Josefa Gomes de Andrade. Nascido em Lagoa Nova (PB), em 17/06/1937. Trabalhou na agricultura. Tendo vocação para escrita, publicou seus primeiros trabalhos de literatura de cordel com os títulos: "A Convivência do Caçote com Dona Sapa" e "O Filho que Matou o Pai Ébrio ou Tentado por Satanás". Vendia seus exemplares em praças públicas e em feiras livres do nordeste. Fazia aglomerações de pessoas e cantava seus versos, naquele estilo de repentista, sem o acompanhamento da viola, com sua voz harmoniosa. Ele veio para São Paulo e sempre trabalhou por conta própria.
Em São Paulo publicou os seguintes trabalhos: "Os Sinais do Fim da Era com os Horrores no Mundo", "O Salário Está Tardando e o Pobre Passando Fome", "Severina e Seu Casamento", "Pelezão e Sua História", "A Morte de um Presidente" e "O Sofrimento dos Aidéticos".
Já essa página eletrônica apresenta cinco trabalhos inéditos de Andraci: "Peleja entre Téo Azevedo e Andraci", "O Seqüestro de Uma Moça e o Desespero de um Pai", "O Espírito Fora do Corpo", "Pense Antes de Fazer" e "Presidente Lula em Literatura de Cordel".



Caricatura de Andraci (de autor desconhecido) publicada nas contra-capas dos poemas: "Pelezão e sua História", "Severina e seu Casamento" e "A Morte de um Presidente".

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Expediente

Textos e edição: Worney Almeida de Souza
Operação e atualização: Alvaro Souza

Contatos: produtoraculturalwaz@yahoo.com.br ou
Caixa Postal 675 São Paulo (SP) cep 01031-970

Publicações

Apresentamos as capas e os dados técnicos dos cordéis publicados por Andraci.



Título: O sofrimento dos aidéticos
Capa: Bené
Editora: AGEP - Artes Gráficas e Editora Triumpho
Páginas: 16 pgs.
Preço: CR$ 50,00
Tamanho: 14,5 x 21 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 80











Título: Os sinais do fim da era com os horrores no mundo
Capa: ilustrador não identificado
Editora: AGEP - Artes Gráficas e Editora Pontual Ltda.
Páginas: 20 pgs.
Preço: Não grafado
Tamanho: 13,5 x 19,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 70











Título: Os Sinais do fim da era com os horrores no mundo
Capa: ilustrador não identificado
Editora: Editora Franciscana
Páginas: 20 pgs.
Preço: NCR$ 1,00
Tamanho: 13,5 x 19,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 60












Contra-capa do livreto: Os sinais do fim da era com os horrores no mundo com foto do autor (fotógrafo não identificado)
















Título: "Pelezão" e sua história!!!
Capa: ilustrador não identificado
Editora: AGEP - Artes Gráficas e Editora Pontual Ltda.
Páginas: 20 pgs.
Preço: CR$ 2.000
Tamanho: 13,5 x 19,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 80











Título: A morte de um presidente
Capa: autor não identificado
Editora: Editora Triumpho
Páginas: 20 pgs.
Preço: NCZ$ 1,00
Tamanho: 14,5 x 20,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 80











Título: Severina e seu casamento!
Capa: Andraci
Editora: Copiadora Pontual
Páginas: 20 pgs.
Preço: CR$ 20,00
Tamanho: 14,5 x 20,5 cm.
Tiragem: Mil exemplares
Período: década de 70











Título: Coletânea e Literatura de Cordel nº 01
Ilustrações e capa: Tony Fernandes
Editora: Editora Phenix
Páginas: 36 pgs.
Preço: CR$ 180
Tamanho: 13,5 x 20,5 cm.
Tiragem: 20 mil exemplares
Período: década de 80











Título: O espírito fora do corpo
Capa: Andraci
Editora: Inédito
Páginas: 20 pgs.
Tamanho: 16,5 x 21,5 cm.
Período: 2008







segunda-feira, 20 de julho de 2009

O que é a Literatura de Cordel

Os versos da literatura de cordel trazem a simplicidade e a verdade do povo nordestino. O mundo é interpretado em rimas. As dificuldades da seca, do trabalho e da crueza da vida tomam forma em palavras cantadas, em poesia. A criação de histórias também abre espaço para o autor mostrar sua concepção de vida, suas crenças, seus preconceitos, suas certezas e suas dúvidas.
O desafio também é um grande exercício de imaginação. Confrontar outro cantador em palavras é um grande exercício de criação. Muitas vezes o poema impresso é motivo para improviso e a peleja se torna um jogo de rapidez e de sagacidade. Vence quem está com a verdade, com Deus ou que tenha a língua mais afiada, sem errar a rima.
Essa nova revista pretende apresentar para as novas gerações a Literatura de Cordel. Uma das mais expressivas das artes regionais brasileiras. Os folhetos têm geralmente do tamanho: 11 x 16 cm., com uma capa em uma cor, com 8, 16, 32 ou 48 páginas, impressos em tipografia (o que dá um aspecto diferente das publicações impressas em off-set, como a nossa própria revista) em papel jornal, expostos pendurados em cordões estendidos em uma banca (daí o nome) e vendidos em feiras e mercados.
Geralmente a venda é acompanhada pela cantoria dos versos pelo folheteiro (vendedor) ou pelo próprio autor. Algumas vezes acompanhados de viola e de pandeiro.
Sem periodicidade definida e uma tiragem significativa, as revistas de cordel expressam os sentimentos, as observações, a história, os personagens e o povo nordestino. Também comentam os fatos do dia-a-dia numa simplicidade e numa realidade sem igual.

Um pouco de história

A literatura de cordel tem suas origens na Europa, nos séculos XVII e XVIII. Eram romances populares chamados, na Inglaterra, de chapbook ou baladas; na França, colportage (mascate); na Espanha, pliego suelto e em Portugal, literatura de cordel ou folhas volantes.
Chegaram no Brasil no final do século XIX como forma de expressão popular que se insere em uma longa tradição de manifestações culturais. A cantoria, o improviso e os desafios oferecem aos leitores, geralmente as camadas mais pobres da população, versos contando histórias, noticiando fatos da vida política, social e religiosa e contando as agruras da vida do trabalho.
Os folhetos de cordel são vendidos por folheteiros que expõe seus volumes "a cavalo" pendurados em barbantes, em cima de caixotes ou mesmo espalhados sobre um pano no chão. São oferecidos em voz alta em feiras, mercados, portas de igrejas, em estações de trem ou rodoviárias ou em centros movimentados. As revistas também podem ser vendidas por vendedores ambulantes de porta em porta. O vendedor ou o autor usa sua voz e sua cantoria para atrair compradores. Canta seus versos para despertar a curiosidade.
Os temas são muito variados, mas correspondem a tradição da transmissão oral da história, de fatos corriqueiros ou extraordinários ou comentários sobre a vida política e econômica da região. Tudo parte da imaginação e da observação do escritor.
Nos desafios entre autores, as figuras folclóricas ou reais são um grande atrativo. A disputa é acirrada. Os insultos e provocações dão a tônica do poema.
As figuras religiosas têm um papel destacado como Padre Cícero Romão. Também a valentia e a violência dos cangaceiros, em destaque Lampião e Antônio Silvino, ou mesmo personagens históricos como Zumbi dos Palmares, são personagens constantes da literatura de cordel. Já o diabo é um inimigo constante de heróis ou de intrépidos vaqueiros. O folclore e a Bíblia são grandes fontes de inspiração e de criação.
A literatura de cordel sofreu muitas transformações no decorrer dos anos, desde a mudança do tipo de impressão, passando pela quantidade de versos, até às ilustrações das capas, mas principalmente pelos argumentos dos folhetos que mudaram acompanhando as andanças de seus criadores. Hoje o cordel também é produzido em outros centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraná e em outras regiões onde o migrante nordestino se estabeleceu.

Uma forma de arte popular

A literatura de cordel é uma forma de arte popular que utiliza a forma poética para contar uma história em versos divididos em estrofes. Com rimas simples mas precisas os autores percorrem a imaginação dos leitores.
O grande chamativo dos cordéis são as capas. Nos primeiros anos do século XX, os folhetos apresentavam nas capas, o título, o nome do autor e em alguns casos ornamentos tipográficos. As ilustrações foram a forma de atrair com mais facilidade os compradores. Como a impressão era tipográfica a solução encontrada foi a produção de xilogravuras, talhadas em tacos de madeira ou em pedra tipográfica. As ilustrações tinham só um cor e para serem destacadas eram impressas em papel de cores diferentes.
A contra-capa também tinha um papel importante para o autor do cordel. Traz informações úteis como o nome, endereço e até fotos ou desenhos do autor, assim como o endereço da tipografia.
Mas os melhores apelos para uma leitura de um cordel são os títulos. Todos têm que carregar um poder de síntese muito grande, suficiente para motivar a compra e apresentar o argumento principal do romance ou da história.
Apresentamos alguns exemplos de título inusitados: O Futebol no Inferno; O Casamento da Raposa com o Cão; Antônio Silvino, Vida, Crimes e Julgamento; A mulher de Quatro Metros que Anda de Feira em Feira; O Rapaz que Fugiu da Morte e Morreu; A Mulher que Deu a Luz Uma cobra porque Zombou do Bom Jesus da Lapa ou Eu Quero é Ser Madamo e Casar com Feminista.
De produção artesanal e tiragem precária, os folhetos de literatura de cordel ganharam tiragens e periodicidade regular em São Paulo, através da editora Prelúdio, que desde a década de 60, produziu centenas de volumes. Com capas apresentando desenhos coloridos (destacando o traço do quadrinhista Sérgio Lima) ou mesmo fotos de personagens reais das histórias, esses cordéis possibilitaram a melhor divulgação e o estudo cuidadoso da grande produção poética e de seus autores. Os temas também mudaram. A grande cidade industrial moldou os argumentos. Agora a adaptação dos migrantes é o mote principal e logo os personagens mudaram. Os artistas da TV, do cinema e da música substituíram Padre Cícero e Frei Damião. Os políticos e presidentes também ganharam espaço na cantoria e passaram por vilões e por heróis.
As mudanças só enriqueceram a literatura de cordel que ganha fôlego para comentar os fatos do novo século.


Worney Almeida de Souza

Letras de músicas

Em 1968, Andraci gravou um compacto simples pela Chantecler. O disco tem duas músicas compostas e cantadas pelo poeta: no lado l “O Casamento de Minha Irmã”,um xote, com 2 minutos e 20 segundos de duração. Já o lado 2 conta com a embolada “Vamos Aproveitar”, com 1 minuto e quarenta e seis segundos. O disco é rodado em 33 1/3 rotações e é registrado sob o nº C-16.151. O compacto tem boa repercussão e Andraci deu entrevistas em algumas rádios de São Paulo, como a Bandeirantes. Não se sabe a tiragem do compacto. “O Casamento de Minha Irmã” inspirou o autor a escrever o poema “Severina e seu Casamento” publicado na década de 70.


Letras de Músicas

Lado 1


“O Casamento de Minha Irmã”
(Xote)


Letra e música de ANDRACI

Eu vou fala como é
A minha irmã Severina
É malcriada e mentirosa
É ladrona e assassina
Tem a boca muito grande
E o corpo não combina

Ela tem um olho alto
E o outro muito baixo
O pescoço muito fino
E o nariz parece um facho
Minha irmã vai se casar
Com um negro feio e baixo


Mamãe vive desgostosa
Chorando de mais a mais
E esse negro,
Noivo dela é perigoso
Quando ele está nervoso
Briga até com o Satanás


Minha irmã já comprou roupa
De uma fazenda bonita
Numa loja em Pinheiros
A conta ficou escrita
Doze metros de cambraia
Com dezessete de fita


Minha irmã foi dizendo
Oh! Meu querido
Esteja bem prevenido
Que o namoro vai ser grosso
A infeliz tem um inchaço na goela
Oito palmos de canela
E dois e meio de pescoço


Vou falar dos convidados
Pra festa do casamento
E José magro do azar
Chico sujo e fedorento
Boca larga e pescoção
João Tingole e pé cinzento


E a comida da festa do casamento
Já mataram um jumento
Cinco gatos e um socó
E uma negra do cabelo afuazado
Está cuidando do guizado
Com a velha minha Vó


Quero avisar com todo contentamento
Vocês estão convidados Bis
Pra festa do casamento


Lado 2

"Vamos Aproveitar"
(Embolada)

Letra e música de ANDRACI

Vamos aproveitar
Que a hora está chegada
Deus fez o mundo do nada
Em nada vai se acabar. (bis)

Os pecadores tentarão entrar na lua
E moça andando semi-nua
Dizendo eu quero casar
Bem que falou padrinho Ciço Romão
Este mundo é um balão
E logo vai se apagar.
(Vamos aproveitar, etc.)

Oitenta e um já vai descambado a era
O anjo da besta fera
Logo vem a perturbar
Bem que falou padrinho Ciço Romão
Este mundo é um balão
E logo vai se apagar.

(Vamos aproveitar, etc.)

























































Músicas de Andraci



Reunimos abaixo as músicas gravadas por Andraci. São 11 músicas inéditas (algumas com mais de uma versão) gravadas em fita K-7, nos anos 80. Já as duas últimas são gravações registradas no compacto simples.


1) Gavião Beliscador


2) Na Poupança Dela


3) Quem Trabalha Tem! (Andraci e Luiz Moura Andrade)


4) Você Brigou Comigo


5) Pagode na Cama


6) O Perigo está na Frente


7) Cuidado Zé!


8) Declare sua Renda


9) O Pacotão (Andraci e Luiz Fundo Monetário)


10) Minha Desilusão


11) Não Queremos Desonestos


12) O Casamento de Minha Irmã


13) Quem Trabalha Tem! (nova versão)


14) O Pacotão (nova versão)


15) Gavião Beliscador (nova versão)


16) Cuidado Zé! (nova versão)


17) Na Poupança Dela (nova versão 01)


18) Na Poupança Dela (nova versão 02)


19) Pagode da Cama (nova versão)


20) O Casamento da Minhã Irmã (versão grafada no compacto simples)


21) Vamos Aproveitar (gravada no compacto simples)

Download das 21 musicas

http://rapidshare.com/files/387035833/Andraci.zip.html


quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Salário está Tardando

O Salário está Tardando (E o pobre passando fome)



Andraci escreveu "O Salário está Tardando (e o pobre passando fome)" em meados dadécada de 60. Publicado com recursos próprios o texto original se perdeu, assim como as cópias impressas. Parte do poema ainda existente está reproduzido abaixo.



Autor: Andraci


Assis José de Andrade
É meu legitimo nome
O pobre não pode mais viver
Só o rico tem renome
O salário está tardando
E o pobre passando fome.


130,00 cruzeiros
Custa um quilo de farinha
Arroz 300,00 um quilo
Tudo está fora da linha
E com oitocentos cruzeiros
Ninguém compra uma galinha


Feijão 230,00
O meu Deus! Que exploração!
Cebola é 95,00
E 65,00 é um pão
E custando 190,00
Um pacote de macarrão


110,00 cruzeiros custa
Um quilo de batatinha
Que eu mesmo vi comprar
Mais de uma camaradinha
E eu mesmo dei 80,00
Por três ovos de galinha


Carne é 600,00 cruzeiros
Todos jádevem saber
E um quilo da bacalhau
Meu bom irmão pode crer
É 900,00 cruzeiros
O pobre não pode comer


Diz ele assim: meu patrão
Queira me reconhecer
Eu sou um bom empregado
Já trabalhei pra morrer
O patrão diz: Vai embora!
Que eu não quero te ver


Sai ele desconsolado
Sem saber pra onde vai
Imaginando em sua mãe
E em seu querido pai
Sendo casado seus filhos
............................................


............................................
............................................
............................................
............................................


E também proteja o rico
Que tiver um bom coração
O que faz caridade aos pobres
Deus te de aumentação
Em sua riqueza na vida
E na morte a salvação


Tem o rico humanitário
E tem o rico desumano
Tem o pobre caridoso
Que para os outros é humano
E tem outros que não prestam
Quem diz é o paraibano


Se todos cristãos prestassem
Era uma felicidade
Mais como todos não prestam
Eu quero dizer a verdade
E por isto que o mundo
Hoje é cheio de maldade


E a fome de mais a mais
Por causa da carestia
O pobre trabalhador
Ganhando pouca quantia
E como é que o pobre passa
Ganhando esta mixaria


............................................
............................................
.............................................
.............................................

O Espírito Fora do Corpo


Autor: ANDRACI

Ô poesia Divina
Daquele alto sem fim
Em nome dos bons espíritos
Que estão juntos de mim
Eu vou descrever em versos
A vida não tem fim.

Com a permissão de Deus
A quem tanto eu quero bem
O Espírito nunca morre
E de muito longe vem
Já que Jesus é eterno
Somos eternos também.

Jesus nasceu em Belém
E trouxe a mediunidade
Veio mostrar para o povo
A sua Santa Bondade
E foi logo perseguida
Pelos homens da cidade
Ainda de menor de idade.

Sofreu que fez piedade
Naquela sexta-feira
Tua mãe chorava tanto
Que lhe dava até canseira
Vendo o seu filho cravado
Naquela cruz de madeira.

Gestas gritava e gemia
Falava alto e feroz
Se és o filho de Deus
Salva a ti e a nós
Dimas suplica com Jesus
Gestas ficou entre nós

Tudo que aconteceu
Todo mundo já conhece
E nesse mundo de provas
Precisamos muito de prece
Deus castiga a quem merece
Quando um desse o outro sobe
E quando um sobre outro desce.

Ninguém queira fazer o mal
Procurem suas medidas
Todo mundo aqui na Terra
Tem que pagar suas dívidas
E dívidas antepassadas
Que foram de outras vidas.

Nos mundos que eu nasci
Você também já nasceu
Nos mundos que eu vivi
Você também já viveu
Nos mundos que já sofri
Você também já sofreu.

O corpo fica na Terra
Porque é material
O espírito vai embora
Para vida espiritual
Se fez o bem colhe o bem
E se fez o mal colhe o mal

Temos que pedir perdão
Ao Pai Celestial
Quem errou não erre mais
E seja mais fraternal
Que a verdadeira vida
É a espiritual.

Assim falava Jesus
Para uma multidão
Estou aqui com a paz
O amor e o perdão
E fora das Leis Divinas
Não haverá salvação.

Falava o nosso Mestre
Com paciência se vai
Todo aquele que fizer
As vontades de meu Pai
Estarão fazendo as minhas
E no abismo nunca cai.

Ele falava tranquilo
Para aqueles ateus
Eu sou a luz no mundo
E não vou desprezar os meus
Aqueles que me criticam
Estão criticando a Deus.

Deus deixou o livro arbítrio
Dando esta liberdade
Cada um querendo tem
De minha fraternidade
E o que fizer o mal
Não é de minha vontade.

Todo aquele que roubar
Ou matar um nosso irmão
Tem que pagar os seus crimes
Nas grades de uma prisão
E quando desencarnar
É triste a situação.

Se você aqui na Terra
Não viver muito direito
Da presença de Jesus
Se tornou mais imperfeito
Que a Lei de Deus é Santa
E vamos tê-la com respeito.

Se ver o pai contra o filho
O irmão contra o irmão
O ódio traz a vingança
Irmã da desunião
É falta de confiança
No autor da criação.

Os bons espíritos não dormem
Todos estão de ouvidos
Os crimes são descobertos
Por mais que sejam escondidos
E aqueles encobertos
Todos são esclarecidos.

São poucos os escolhidos
Para Santa Eternidade
Aquele que praticaram
A tal da perversidade
Que sejam recuperados
E recebam a felicidade.

Um espírito iluminado
Não fica na escuridão
O espírito endurecido
Em outra reencarnação
Pode voltar se arrastando
Como cobras pelo chão.

Não devemos receber
A intuição deletéria
A Lei da Reencarnação
É uma praga muito séria
Uns blasfemam contra Deus
E só acreditam na matéria.

Todos aqueles que negarem
A insistência de Deus
Estão negando a si mesmo
Eu digo nos versos meus
No plano espiritual
Já estão os nomes seus.

E quando chegarem lá
Na maior escuridão
O sofrimento é tão grande
De fazer lamentação
Cada um paga o que deve
Para receber o perdão.

Parece até meu irmão
Eu o sofrimento é sem fim
É onde o mau espírito
Grita chora e diz assim
Ô Jesus Divino Mestre
Tenha compaixão de mim.

Você foi ruim na Terra
Nunca quis fazer o bem
Não adianta chorar
Porque chorar não convém
Arrependimento tarde
Nunca libertou ninguém.

Aquele que não trabalha
Nunca saí do sofrimento
Comendo resto dos outros
E dormindo ao relento
Até que é enquadrado
Dentro do regulamento.

Quem trabalha honestamente
Vive com tranquilidade
E é sempre ajudado
Pelo espírito da Verdade
E aquele que não trabalha
Só traz a perversidade.

Até Jesus trabalhou
Em uma carpintaria
Humilde e bem satisfeito
E toda hora dizia
Trabalhando é que se ganha
Nosso pão de cada dia.

A Santa Virgem Maria
Sempre lhe acompanhava
Ela orava por Ele
E Ele por todas orava
Ela chorava por Ele
E Ele por ela nunca chorava.

Pregava o Evangelho
De todo o seu coração
Expulsava os demônios
Com a sua oração
E curava os enfermos
Foi esta a sua missão.

Falava o Divino Mestre
Com paciência se vai
Todos aqueles que fizerem
As vontades de meu Pai
Estarão fazendo as minhas
E no abismo nunca cai.

Ele falava tranquilo
Para aqueles fariseus
Eu sou a luz do mundo
E não vou desprezar os meus
Aqueles que me criticam
Estão criticando a Deus.

Jesus falava: hipócritas!
O meu mundo é diferente
Aqui só tem valentia
Lá não tem ninguém valente
O bom de lá é meu Pai
Que está eternamente.

Aquele que não crer no Pai
No filho não também crer
E só acredita mesmo
Quando o corpo falecer
O espírito sofre tanto
Que deseja até morrer.
Depois de tanto sofrer
Na maior escuridão
Terá que voltar de novo
Para reencarnação
Pode até reencarnar
Na pior situação.

Se você não carregar
A Lei da Fraternidade
Nunca poderá entrar
No caminho da Verdade
E nunca será perdoado
Lá da Santa Eternidade.

Em toda parte do mundo
O meu Pai está presente
Se o espírito está manchado
O teu corpo está doente
Ninguém irá a meu Pai
Com o pecado na frente.

As águas lhe obedeciam
E até mesmo o vento
Tudo isso ele fazia
Pelo seu merecimento
Falava com o seu Pai
Através do pensamento.

Mais para lá do que para cá
Nossa vida é um transporte
O sonho retrata a vida
O sono retrata a morte
Quer dizer morte do corpo
Porque o espírito é forte.

Eu mesmo já estou vendo
De uma seguinte maneira
À noite eu deixo meu corpo
Naquela maior soneira
Assim mesmo fora dele
Perambulando a noite inteira.

Vejo casos de tristeza
Do tempo da escravidão
Vi o corpo de mamãe
Num velho preto caixão
Meu irmão no hospital
E o meu pai na prisão.

Vi chegar um preto velho
Com um evangelho na mão
Olhava para mim dizendo:
Veja que situação
Seu pai matou sua mãe
E bateu no seu irmão.

Já comecei a chorar
Sentindo um grande tremor
O preto velho falava
Seja mais conhecedor
Tudo isso aconteceu
Numa vida anterior.

Você que está passando
Pela reencarnação
Eu também já passei
Estou em evolução
Um espírito evoluído
Tem a boa vibração.

Você seja mais humilde
E não seja negativo
Não zombe de quem morreu
Que todo mundo está vivo
Tenha confiança em Deus
Que você é positivo.

Seja mais carismático
Um conselho estou lhe dando
As dívidas do seu passado
Que você está pagando
Não é das provas difíceis
Que você está passando.

Seu corpo está lhe esperando
É melhor que vá embora
Vá cumprir com o dever
Que está chegando a hora
Você que pertence a Ele
Tem que procurá-lo agora.

Vá logo sem demora
Leve esta oração
Receba este evangelho
Que é sua proteção
A riqueza te acompanha
E atrás vem a perdição.

Eu perguntei para ele
Porque me falas assim
Sou pobre, não tenho nada
Meu sofrimento é sem fim
Porque é que a riqueza
Trás a perdição para mim.

Me respondeu ele assim:
Fique sendo sabedor
Você já foi muito rico
Numa vida anterior
Passou por todas as provas
Para ser compositor.

Você agora vai ter
Na vida material
Outra oportunidade
Não vá perder a moral
Não vá misturar o trigo
Com a semente do mal.

Voltei emocionado
Com aquela oração
Peguei meu corpo e sai
Já em outra direção
Para cumprir o dever
Fazer a minha obrigação.

Tudo que me aparece
Pertence ao mundo astral
Vejo tudo diferente
Do mundo material
Louvado seja Jesus
Nosso irmão celestial.

Da Santa Eternidade
Jesus está me ouvindo
Em nome de sua Mãe
Seu amor seja bem-vindo
Para quem está acordado
E para quem está dormindo.

Parece que estou ouvindo
A voz de Deus das alturas
Dizendo logo irá meu filho
Para julgar as criaturas
E todos já se preparem
Para suas sepulturas.

A vinda dele é depois
De uma Guerra Mundial
Nos quatro cantos do mundo
O fogo pegando igual
E é desta vez que chega
O nosso ponto final.

O sol perde seu clarão
O mundo vai escurecer
Acredite quem quiser
Isto pode acontecer
Com as rajadas de fogo
Que do céu irá descer.

Ele que sofreu no mundo
Para receber a Glória
Cada um tem que sofrer
À procura da vitória
Só ele mesmo deixou
O seu nome na história.

Ô Jesus Divino Mestre
Nosso orientador
Livrai-nos dos maus espíritos
Estou pedindo ao Senhor
Em nome da tua Mãe
Me atenda, por favor.

Não devemos criticar
Nem uma religião
Numa só se unirá
Sem haver revolução
Que é nessa sagro santa
Terceira revelação.

Andraci é o meu nome
No plano ESPIRITUAL
DEUS ESTÁ DENTRO DE MIM
REPRESENTANDO A MORAL
AQUELE QUE CRER NO PAI
COM O FILHO SEMPRE SAI
E SE DEFENDE DO MAL.


FIM


Oração do Amor

É EM VOSSO NOME
DEUS AMADO SANTIFICADO
REI DO UNIVERSO
EU LHE PEÇO DE CORAÇÃO
VOSSA PROTEÇÃO
E QUE TODAS AS NAÇÕES
TENHAM MAIS PROGRESSO
QUE HAJA PAZ, AMOR
E FRATERNIDADE
DESVIA SENHOR A TODOS
DA CALAMIDADE
DO ÓDIO, DA INVEJA
DA MALDADE E DO TERROR
QUEREMOS EVOLUIR
PARA VOSSA ETERNIDADE
E NÃO QUEREMOS DIMINUIR
PELA FALSIDADE
OH, DEUS AMADO
QUE SEJA FEITA TUA SANTA VONTADE
DEUS....


"Pelezão" e sua História



Autor: Andraci

O mundo da poesia
Me deu autorização
Para descrever em versos
A maior decepção
Pra doutora psicóloga
Que transou com (PELEZÃO).

Ele está um pouco velho
E vive a mendigar.
Sem emprego e sem dinheiro.
E sem ter onde morar.
E o diabo mandou a (Diaba)
Pra com PELEZÃO transar.

Ele estava lá na fila
Para uma refeição
Esperava no Cetren
A sua contribuição.
Quando apareceu um carro
Bem na sua direção.

Desceu logo uma mulher
Que parecia estar tomada
"Venha cá meu PELEZÃO,
Que estou apaixonada."
PELEZÃO disse: "Agora
Que comida é da pesada."

E ela o beijava
Naquele mesmo momento
"Entre logo no meu carro,
Já estou que não aguento."
E PELEZÃO nesta hora
Esqueceu do alimento.

A mulher naquele momento
Saiu a mais de 40.
PELEZÃO disse "Mulher,
Você hoje me aguenta
Que depois quero comer,
Carne assada com polenta."

Quando chegou mais à frente,
Num lugar bem descampado,
Ela estava muito doida
E ele bastante atrasado.
E dizia: "Desta vez
Vou morrer bem sossegado."

Bem na hora do prazer
Os policiais lá chegaram,
Já dando voz de prisão,
E pra viatura os levaram.
"Vocês são débeis mentais"
Foi o que eles falaram.

A mulher envergonhada
Colocava as mãos na testa,
E o negrão dizia assim:
"Esta senhora é honesta,
E agora chegam vocês
Para acabar com a festa."

"Vocês deviam prender
Os ladrões atiradores,
Ela só me fez carinhos,
Quero dizer aos senhores
E isso quero falar
Na presença dos doutores."

"Cale a boca, seu negrão!
Quem decide é o delegado."
E o negrão dizia: "Oh! Meu!
Eu estou atrapalhado,
Sem mulher e sem dinheiro,
Com fome e desempregado."

"Eu quero ser o culpado
De tudo que aconteceu,
Já não tenho o que perder,
Tudo pra mim já morreu.
Só lhes peço por favor,
Soltem ela e levem eu."

Botaram o negrão atrás
Que se mostrava valente.
Junto com os policiais
Foi a mulher descontente.
Que dizia: "Hoje eu vi
O Diabo em minha frente."

"Cai nesta tentação,
Oh! Deus que será de mim?
Senhores policiais
Eu nunca agi assim,
Peço vossa compreensão
Do começo até o fim."

"Como foi com o negrão!
E se fosse um artista?
Ou com um advogado,
Ou mesmo um jornalista,
Tudo seria normal.
Podem crer, está à vista."

"Nada podemos fazer
Creia em nossa franqueza,
Se a transa é com "Pelé"
Você era uma princesa,
E até os radialistas
Fariam a sua defesa."

"Vamos pra delegacia."
Disse um tira aborrecido.
"Eu tenho quase certeza
Que o negrão é foragido,
Ele agora, desta vez
Vai ter que ficar detido."

E assim que lá chegaram,
Falaram ao delegado
Que por atos obscenos,
O casal foi autuado.
"A mulher deve ser louca,
E o negrão um tarado."

"O que você faz na vida?"
Lhe perguntou o doutor.
PELEZÃO foi dizendo:
"Fui homem trabalhador,
E hoje durmo na rua
Pode me crer o senhor."

"E a senhora, madame,
Qual a sua profissão?"
"Sou doutora psicóloga,
Doutor me dê proteção,
Eu nem sei por que motivo
Transei com este negrão."

"A senhora é casada?"
Perguntou o delegado.
"Sou casada com um homem
Honesto e bem educado,
Mas na parte sexual
Ele está muito cansado."

Naquele mesmo momento
O flagrante foi lavrado.
E como estava sem grana
Deixou o ouro empenhado.
E quem resolveu o caso
Foi o seu advogado.

Dentro da delegacia
Foi o maior desespero.
PELEZÃO disse: "Oh! Doutor
Ajude um brasileiro
Que está atrapalhado,
Sem mulher e sem dinheiro."

"Pra pagar a fiança,
Eu não tenho um cruzeiro.
Parece que desta vez
Eu vou ficar no chiqueiro.
Eu nunca matei ninguém,
E nunca fui cadeeiro."

Fizeram uma vaquinha
Entre os investigadores
E o negrão dizia assim:
"Agradeço aos senhores,
E os anjos lá no céu
Estão cantando em louvores."

E pagaram a fiança
Do pobre e velho negrão.
Ao lado do delegado,
Estava o escrivão,
Que ficou até com dó
E lhe deu a condução.

A mulher toda nervosa
Tinha a cabeça baixada.
E o delegado lhe disse:
"Você está dispensada."
E chegou a reportagem
Nessa hora amargurada.

O repórter lhe pergunta.
"Sua profissão, meu bem?"
"O que você está fazendo,
Isto e faço também.
Entrevisto e questiono
Sem desfazer de ninguém."

"O que estava fazendo
Com o velho PELEZÃO?
E se você imagina
Toda aquela transação?"
"Nem me lembro." Disse ela:
"Vamos parar, meu irmão!"

"Só está faltando agora
A chegada da perícia!
Não dou mais entrevista,
Você usou de malicia.
Eu já estou dispensada
Por nossa própria polícia."

"Quero dizer a você,
Sou uma mulher casada.
Sempre honrei meu marido,
E nunca fui depravada.
Sai de um centro espírita
Com a cabeça virada."

"Sem pagar pela entrevista,
Já não quero mais falar.
Depois que a cobra morde
Não adianta chorar.
E o senhor me dá licença
Que já vou me retirar."

A doutora foi embora
Para o seu apartamento.
PELEZÃO disse: "Eu vou
Ficar neste sofrimento,
Comendo restos dos outros,
E dormindo ao relento."

E só ficou o negrão
Dentro da delegacia.
Ele coçava a cabeça
E muito nervoso dizia:
"Eu perdi quem me queria
Vou ficar na noite fria."

"Oh! Santa Virgem Maria!
Tenhas compaixão de mim.
Só não sei por qual motivo
Hoje estou sofrendo assim.
E este meu sofrimento
Logo vai chegar ao fim."

"Aquela mulher tão bela,
Que me deu a confiança
De me encontrar com ela
Não tenho mais esperança,
Porque o marido dela
Não sai da minha lembrança."

"Não tenho mais alegria
E só Jesus me liberta.
Minha cama é o chão,
E o frio, minha coberta,
E agora vou embora
Que a fome já aperta."

Um homem que se dizia
Empresário de primeira,
Lhe hospedou num hotel
Lá na Barão de Limeira.
E disse: "Se Deus quiser
Você sai da quebradeira."

No outro dia cedinho
Ele foi lhe visitar,
Lá estava muita gente
Para com ele falar.
E até mesmo o telefone
Não parava de tocar.

Ganhou exclusividade
De "Notícias Populares"
E foi fazer uma visita
Para os seus familiares.
E a fama se expandia
Para todos os lugares.

Em um programa de rádio
Foi o mais solicitado
E, para uma revista
Ele foi fotografado.
Recebeu trinta "barão".
E na rua foi assaltado.

E depois foi encontrado
A fazer lamentação.
Dizia ele: "Oh! Meu Deus!
Que triste situação,
Pedir os meus compromissos
De rádio e televisão."

"E quero pedir desculpas
A aquele apresentador,
Que em matéria de "Love",
Eu já sou conhecedor
E agora ficou mais fácil
Pra arranjar um outro amor."

"Hoje não sofro mais,
Já sofri por merecer,
A vida pior do mundo,
É melhor do que morrer.
E este mundo é professor
De quem não sabe viver."

"Tem muito que aprender
Nesta minha trajetória,
E todo o meu sofrimento
Para mim foi uma glória.
Eu morrendo vou deixar
O meu nome na história."

"Vamos, vamos, PELEZÃO
Foi dizendo um camarada
"Você já foi assaltado,
Vamos pra sua morada."
Ele era o repórter
Da noticia mais falada.

Foi embora o negrão
Com aquela reportagem.
Está enfrentando a vida
Com otimismo e coragem,
E para todo o Brasil
Está indo sua imagem.

Agora via a mensagem
Do poeta do sertão.
Com aquele que tem fome
Dívida do vosso pão,
Que aquele que mendiga
Também é um nosso irmão.

Quero deixar PELEZÃO
Trabalhando de porteiro
Em nossa televisão
Já ganhou muito dinheiro,
Pode até fazer sucesso
No cinema brasileiro.

No programa Balancê
Ele foi um bom artista
E de "Notícias Populares"
Pode ser um jornalista
Até mesmo um escritor
Deste gênero cordelista.

O dito radialista
Deve ser mais fraternal
Com aquela infeliz
Que se levou pelo mal
Ela já está perdoada
No plano Espiritual.

Este mundo é uma escada
Quando um sobe outro desce
É na casa da verdade
Que a mentira aparece.
A mentira sempre morre
E a verdade permanece.

Aquele que tem amor
Carrega a fraternidade
Aquele que tem ódio
Só carrega a falsidade
Irmã da desunião
Filha da perversidade

Se vê o pai contra o filho
O irmão contra o irmão
Do ódio vem a vingança
Trazendo a separação
Por isso que muitos vivem
Na pior situação.

Eu quero que Deus acabe
Com a criminalidade.
Com seu poder infinito
Tire a marginalidade.
Ou então retire todos
Peço-lhe por caridade.

O corpo fica na terra
Por que é material
O espírito vai embora
Pra vida espiritual
Se fez o bem colhe o bem,
Se fez o mal colhe o mal.

Aquele que vê a luz
Tem a proteção divina
Recebe a irradiação
Da estrela matutina
E sempre bebe água
Da fonte mais cristalina.

Quem rouba não roube mais,
Tenha Deus no coração
Se matou não mates mais
Seja um verdadeiro irmão
Se regenere na vida
Para receber o perdão.

Um dia Cristo falou
Para uma multidão
"Estou aqui com a paz
O amor e o perdão
E fora da caridade
Não haverá salvação."

Pregava o evangelho
De todo seu coração
Expulsava os demônios
Com a sua oração
E curava os enfermos
Esta foi sua missão.

Mais pra lá do que pra cá,
Nossa vida é um transporte
O sonho retrata a vida
O sono retrata a morte
Quer dizer: morte do corpo
Que o espírito é muito forte

Eu mesmo já estou vendo
De uma seguinte maneira
À noite eu deixo o meu corpo
Naquela maior soneira
Assim mesmo, fora dele
Perambulo à noite inteira.

E até chego a ouvir
A voz de Deus nas alturas
Dizendo: "Logo irá meu Filho
Pra julgar as criaturas
E todos que se preparem
Para suas sepulturas."

ACRÓSTICO
ANDRACI é o meu nome
No plano espiritual
Deus está dentro de mim
Representando a moral
Aquele que crê no Pai
Com o Filho sempre sai
I (E) se defende do mal.


FIM

Pense Antes de Fazer

Autor: Andraci


Vocês que são repórteres
Do rádio e da televisão
Vamos defender aqueles
Vitimas da difamação
E vamos por atrás das grades
Aquele que mete à mão.

Queremos os jornalistas
Com responsabilidade
Que não escrevam mentiras
Escrevam sempre a verdade
E sempre sejam dignas
De toda sociedade.

Mentiras têm pernas curtas
E nunca falou a verdade
É irmã da desunião
Sobrinha da falsidade
Tia da inveja
Neta da perversidade.

É preciso acabar
Com a vergonha baixaria
Cada um tenha respeito
Dentro da democracia
Porque a televisão
É a nossa moradia.

Respeitem os repórteres
Deem a eles a proteção
Sem eles o mundo todo
Não tem a informação
Tem deles que foram mortos
No dever da profissão.

Precisamos mais amor
Respeito e dignidade
Vergonha e patriotismo
Trabalho e honestidade
Só assim vamos viver
Com responsabilidade.

Terão que ser punidas
Os que são difamadores
Cadeia para aqueles
Que são caluniadores
Queremos a pena máxima
Para os torturadores.

Que vivam atrás das grades
Os satãs estupradores
E também os terroristas
Com os ladrões matadores
Que são inimigos de Deus
E na Terra destruidores.

Agora vai o meu alerta
A vocês que são bandidos
As portas velhas têm olhos
E as janelas têm ouvidos
Os crimes são descobertos
Por mais que sejam escondidos.

Precisamos neste mundo
De homens trabalhadores
Não queremos os corruptos
E nem os corruptores
São tantos filhos da pátria
Que já foram traidores.

Que os nossos governantes
Vivam na Santa União
E trabalhem com mais amor
Dentro da constituição
Que a velha dívida externa
Seja de amor e perdão.

Que a maldita inflação
Pare de tanto crescer
E a lavagem de dinheiro
Pare de acontecer
E na mesa de quem trabalha
Nunca falte o que comer.

Pensem antes de fazer
Não façam antes de pensar
Depois que a cobra morder
Não adianta chorar
Porque o veneno dela
É capaz de lhe matar.

Vamos todos trabalhar
Nesta terra abençoada
Apesar de que o salário
É uma quantia minguada
O pouco com Deus é muito
E o muito sem Deus é nada.

Na vida de cada um
Tem seus momentos de dores
Nunca fui nem serei contra
Os que são trabalhadores
Minha solidariedade
A vocês agricultores

A ordem dos governantes
É prender a bandidagem
Muitos bandidos morrendo
Estamos vendo a imagem
O cerco está se fechando
E ninguém vai levar vantagem.

Que os escamoteadores
Não fiquem sem punição
E os crimes hediondos
Na minha concepção
Se houvesse pena de morte
Era a melhor solução.

O que fizer emboscada
A qualquer policial
E em fim a qualquer pessoa
Desta vez vai se dar mal
Pode pegar a pena máxima
Dentro do Código Penal.

Todo sujeito perverso
Que vive da vida alheia
Vai correr risco de vida
Quando chegar na cadeia
Pode ser primário ou não
Todo mundo lhe odeia.

Aqueles que foram mortos
Pelas mãos dos agressores
Estão do lado da vida
Cantando hinos de louvores
E no lago do inferno
Ficaram os maus feitores.

Vocês que estão foragidos
Só têm a única saída
Se entregue à justiça
Com garantias de vida
Ainda não está falida.

Agora faço um apelo
A maior autoridade
Espero que o Senhor acabe
Com a criminalidade
Ou então retire todos
Lhe peço por caridade.

Em nome do Vosso Filho
E de vossa soberania
Ajude-nos que o mundo todo
Está vivendo em agonia
Derramas do Vosso Espírito
Paz, amor e sabedoria.

Um espírito iluminado
Não vive na escuridão
O espírito endurecido
Que está na maldição
Ele só tem um caminho
Para sua salvação.

Não se deve carregar
A intuição deletéria
Que a lei dos 10 Mandamentos
É uma divindade séria
Não blasfeme contra Deus......
Que o espírito não é matéria.

DEUS: fez o mundo do nada
No princípio Deus criou
Criou o Céu e a Terra
E tudo ele formou
O seu grande firmamento
Foi ele que iluminou.

Um homem por nome Adão
Deus deixou em um paraíso
E lhe deu uma mulher
Com um bonito sorriso
Nosso Deus do Universo
Nunca ficou indeciso.

Agora é meu aviso
Deus lhe falou em seguida
Esta é sua companheira
O sangue de sua vida
Comam de todas as árvores
E só não da proibida.

Adão agradeceu
Ao nosso Criador
Eva também lhe agradece
Com respeito e muito amor
Por causa da venenosa
Adão foi pecador.

Ele ficou ansioso
Vendo a fruta proibida
E Eva, muito atraente
Lhe ofereceu em seguida
E depois estavam nus
Envergonhados da vida.

Logo após chegava Deus:
Com sua voz altaneira
E não encontrando ambos
Na ordem como deveria
Chamou: Onde estais Adão??
Com a tua companheira??

Adão muito envergonhado
Ao lado da mulher querida
Deus pergunta: Adão, Adão
Comeste da árvore proibida?
A mulher me ofereceu
E agora está despida.

Porque fizeste isto?
Deus à Eva perguntou
Ela estava envergonhada
E para Deus assim falou
Me apareceu a serpente
E ela me enganou.

Adão naquele momento
Falava baixo demais
E Deus olhava para Eva
Falando alto e voraz
Maldita seja a serpente
Entre as bestas e os animais.

Andarás sobre o teu ventre
Nosso Deus pode falar
Eis inimiga da mulher
Eva começou a chorar
Ela te ferirá a cabeça
E tu ferirá o calcanhar.

Eva começa a falar
Tristonha e arrependida
Perdoe-nos Senhor Deus
E ele bradou em seguida:
Se vocês querem viver
Tem que lutar pela vida.

E disse Deus para ela:
Agora tu vais parir
As grandes dores do parto
Tu logo iras sentir
Vossa morte é o pecado
Que agora vai existir.

E disse para Adão
De teu suor comerás
Viestes do pó da terra
E para ele votarás
Não o espírito o teu corpo
Em cinzas se tornarás.

Do paraíso do éden
Deus o transferiu Adão
Para ser o lavrador
Já de outra região
Juntamente com a mulher
Que caiu em tentação.

Neste globo terrestre
Temos muito que aprender
A vida após a morte
Ninguém poderá saber
Ao deixar a matéria
Continuamos viver.

Os que deixarem seus corpos
Sem se converterem a Cristo
Poderão ficar nas trevas
Ao lado do anti Cristo
Cada um se entregue a Deus
Mais uma vez eu insisto.

Nosso irmão está chegando
E vamos se preparar
Aqui na face da Terra
Tudo vai se acabar
E só o globo terrestre
É que poderá ficar.

Não adianta chorar
E nem chamar por Jesus
Porque quem está nas trevas
O diabo lhe conduz
Cada um faça para ser
Um bom espírito de luz.

Para aqueles merecidos
Nosso Deus está presente
Se o espírito está manchado
O corpo está doente
E ninguém irá a Ele
Com o pecado na frente.

Mais para lá do que para cá
Nossa vida é um transporte
O sonho retrata a vida
E o sono retrata a morte
Quer dizer morte do corpo
O que é de Deus é forte.

Por isso que não devemos
Fazer o mal a ninguém
Todos nós reconhecemos
E temos que fazer o bem
O espírito nunca morre
E de muito longe vem.

Quando a gente entrega a vida
Ao véu do esquecimento
Se fez o mal colhe o mal
E vai viver no sofrimento
Aquele que fez o bem
Tem o seu merecimento.

E vamos aguardar
Com muito contentamento
A descida de Jesus
Para o nosso julgamento
Com a voz de Deus bradando
Do alto do firmamento.

Cada um que se prepare
Que esse dia vai chegar
Os espíritos sem os corpos
Vão ter que se apresentar
E o velho anti Cristo
No debate vai chorar.

Ele poderá ser salvo
Com o arrependimento
Pedindo perdão a Deus
Sem ódio e sem fingimento
DEUS: é o AUTOR de tudo
DIZ O VELHO TESTAMENTO.

Se ele se arrepender
Destranca o seu coração
E com os seus seguidores
Ganhará a salvação
Não existe mais inferno
Tudo é amor e perdão.

Jesus sobre com todos
Louvando a Deus e sorrindo
A Terra pegando fogo
E o INFERNO explodindo
Depois de tudo queimado
As águas vão se unindo.

Vai ser uma grande festa
E esse dia está chegando
Uma música evangélica
Os anjos todos cantando
Às portas de Céu se abrindo
E a voz de Deus clamando.

Cada um faça para ser
Um bom espírito de luz
Porque quem está nas trevas
O diabo lhe conduz
Vamos todos aguardar
A descida de Jesus.

Antes da descida Dele
Um conselho eu quero dar
Aquele que quiser ser salvo
Já pode se preparar
Aqui na face da Terra
À Terra vai ficar.

Este mundo vai ficar
Na maior escuridão
Não adianta riqueza
Não adianta patrão
O que interessa a Deus
É a nossa salvação.

E agora daqui para frente
É triste a situação
Fome, sede, peste e guerra
E nação contra nação
Estes são os sinais
Com a maior devastação.

Aí sim, já está próximo
De tudo chegar do fim
O que for irmão de Abel
Cuidado com o Caim
Que aqui na face da Terra
Foi assassino e ruim.

Matou seu irmão Abel
E foi amaldiçoado
Viveu na face da Terra
Fugitivo e abandonado
Por isso que o invejoso
Nunca é abençoado.

ANDRACI deseja a todos
NESTE mundo de provação
Dinheiro e prosperidade
RESPEITO e UNIÃO
A VIDA é passageira
COM CRISTO A VIDA INTEIRA
IREMOS À SALVAÇÃO.


FIM

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Morte de um Presidente


Autor: ANDRACI

Primeiro peço licença
Ao Congresso brasileiro.
Para descrever em versos
Com o meu guia mensageiro,
A morte de um Presidente.
Que abalou o mundo inteiro.

Na véspera de sua posse
Nosso chefe da Nação,
Era levado às pressas
Para uma operação,
E parece que já estava
Com uma infecção.

Lá no Hospital de Base
Foi a sua internação,
Podem crer que na primeira
E na segunda operação,
Os médicos fizeram tudo
Para sua salvação.

E de lá foi transportado
Em um moderno avião,
E logo chegava a São Paulo
Nosso chefe da Nação
Para tristeza de todos,
Na pior situação.

Em poucos minutos chegava
No Instituto do Coração,
E toda equipe médica
Já estava de plantão
Cada um mais apressado,
A cumprir sua missão.

Feito os primeiros exames,
Nesta hora de aflição
Todo o seu organismo
Já saem recuperação,
E as batidas da morte
Rondavam seu coração.

E assim mesmo ele foi
Operado novamente,
Um foco infeccioso
Lhe apareceu de repente,
E as malditas bactérias
O deixaram mais doente.

E todos os brasileiros
Na mais perfeita união
Rezavam pedindo a Deus,
A sua recuperação;
E só estava melhorando,
Para outra operação.

Para a quinta operação
Recebeu a anestesia,
E tinha o semblante do filho
Da Santa Virgem Maria,
Quando era meia noite
Começava a cirurgia.

Às seis horas da manhã
Já tinha sido operado,
E às quatro horas da tarde
Já estava acordado,
Como quem estava vendo
Jesus Cristo ao seu lado.

O Brasil todo rezava
Nesta hora amargurada,
E as promessas que fizeram
Não adiantaram nada;
E reza não adianta
Quando a hora está chegada.

Quando o porta-voz chegava
Para nos dar informação,
Se notava muito nele
Uma preocupação,
Parecendo que o caso
Não tinha mais solução.

E artificialmente,
Ele estava vivendo
Com os aparelhos ligados,
E seu coração batendo
E as pancadas da morte,
A cada instante aparecendo.

Nosso vice-presidente
Chorava de comoção,
Rezava e pedia a Deus
De todo seu coração;
Para salvar o nosso chefe,
Símbolo da nossa Nação!

Um irmão clamava: Ó Deus!
Nada podemos fazer,
Dê saúde ao meu irmão
Se é de vosso querer,
Ou o descanso para ele
Chega de tanto sofrer.

E a dona Risoleta
Estava tão abatida,
Ela clamava e chorava
E rezava em seguida;
E parecia até
Que já era a despedida.

Sua filhinha querida
Chorava dizendo assim,
Só um milagre de Deus
Daquele alto sem fim,
Que o sofrer de meu pai
Já está chegando ao fim.

Seu estado muito grave
Todos sabem, estava à vista,
E pediram a presença
De um grande especialista;
Quando viu o seu estado,
Ficou logo pessimista.

E falou aos seus colegas;
Chegou o ponto final,
Nosso irmão está vivendo
A vida artificial;
Desliguem os aparelhos,
Chegou a hora final.

E assim que desligaram
O espírito fez partida,
Deixando muitas saudades
Nesta Pátria tão querida,
E é nosso Presidente
Do outro lado da vida.

Logo chegava o seu corpo
No Distrito Federal,
Em poucos minutos estava
No Congresso Nacional;
E nosso vice-presidente
Em tudo foi pontual.

Até mesmo os seus ministros
Nesta hora terminal,
Rezavam com muita calma
Cada um mais fraternal,
Fora embora nosso chefe
Para vida espiritual.

Nosso vice-presidente
De sentimento chorou,
Deus é Pai, está presente,
Foi o que ele falou;
Vamos plantar a semente
Que o Presidente deixou.

E depois foi transladado
Para a capital mineira,
Lá houve um grande tumulto
E foi a maior quebradeira,
Cinco mortos e cem feridos,
Parece até brincadeira.

As altas autoridades
No Palácio da Liberdade,
Rezavam e pediam a Deus
Lá da Santa Eternidade,
Trabalho, amor e progresso,
Saúde e tranquilidade.

E choravam pela perda
De um patriota irmão,
Aquele que iria ser
Grande chefe da nação,
Deixou a nova República
Que é nossa proteção.

E seu corpo logo chegava
Em sua terra natal,
Os nossos irmãos choravam
Com muito amor fraternal,
E depois todos cantavam
O Hino Nacional.

São João Del-Rei, a querida
Cidade em que ele nasceu,
Lá fez boas amizades,
E com todos conviveu;
Ainda a cidade chora,
Pelo filho que perdeu.

Em vida ele falava
A todos seus companheiros,
Queremos compreensão
Dos nossos irmãos estrangeiros;
Não se paga dívida externa,
Com a fome dos brasileiros.

Dona Risoleta Neves,
Mulher de coragem e fé,
Venceu tudo com amor
E hoje está em pé;
A dama da Nova República,
Já sabemos que ela é.

Creio que daqui para frente
Tudo irá melhorar,
Para aquele que trabalha
Nada há de lhe faltar;
Que trabalho é progresso,
E vamos todos trabalhar.

Quem não quiser trabalhar
Vai viver no sofrimento,
Comendo resto dos outros
E dormindo ao relento;
E até que é enquadrado
Dentro do regulamento.

Aqueles que são corruptos
Um dia vão ser punidos;
O que é de Deus tem olhos,
Tem nariz e tem ouvidos;
E os crimes são descobertos,
Por mais que sejam esquecidos.

Se você cair abismo
Quem é que vai te tirar?
Depois que a cobra morder
Não adianta chorar!
Porque o veneno dela,
É capaz de lhe matar.

Vamos todos trabalhar
Nesta terra abençoada,
Apesar que o salário
É uma quantia minguada;
O pouco com Deus é muito,
E o muito sem Deus é nada.

Quero avisar aos leitores
Que este mundo logo encerra;
Só se vê perversidade
Aqui na face da Terra,
Maldade e desunião,
Greve, fome, choro e guerra.

Ninguém queira fazer greve
Que a guerra está à vista,
Trabalhe com paciência,
E seja mais otimista;
Este é o meu conselho
A toda classe grevista.

Na vida de quem trabalha
Tem seus momentos de dor,
Nunca fui nem serei contra
A quem é trabalhador;
Greve só traz prejuízo,
Seja da forma que for.

Aquele que tem amor
Não carrega o pessimismo,
Trabalha com esperança
E vive com otimismo;
E cada um que se cuide,
Para não cair no abismo.

Cuidado! Muito cuidado,
Para não perder o sossego,
E ficar dormindo na rua
Sem dinheiro e sem emprego,
Passando fome e miséria,
Vivendo como morcego.

Se você não carregar
A lei da fraternidade,
Nunca poderá entrar,
No caminho da verdade;
E não serás perdoado
Lá da Santa Eternidade.

Jesus que sofreu no mundo
Para receber a Glória,
E cada um tem que sofrer,
Pois faz parte da história;
Quem trabalha com amor,
Um dia tem a vitória.

Em toda parte do mundo
Nosso Deus está presente,
Se o espírito está manchado
É que o corpo está doente;
E ninguém irá a ELE.
Com o pecado na frente.

Lá da Santa Eternidade
O seu Filho está me ouvindo,
Em nome de sua Mãe
Seu amor seja benvindo;
Para aqueles infelizes
Que ainda estão dormindo.

Cada um peça perdão
Ao Pai Celestial,
Quem errou não erre mais
Para não perder a moral;
Que a verdadeira vida,
É a espiritual.

Estamos chegando ao fim
E não adianta chorar,
Aqui na face da Terra
Tudo vai se acabar;
E cada um se prepare
Que nosso irmão vai chegar.

O sol perde seu clarão
O mundo vai escurecer,
Acredite quem quiser
Tudo vai acontecer;
Com as rajadas de fogo,
Que do Céu irão descer.

A gramática é a vida
Nesta metrificação,
Deste artista poeta:
Retrato da profissão;
A deusa da poesia
Com sua sabedoria,
Inspira meu coração.

FIM

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Peleja entre Téo Azevedo e Andraci

Repente em desafio
Quadrão Soletrado
Martelo agalopado
Galope beira mar
Trocado em desafio

Versos de Andraci


Vou brigar com Andraci
E ele vai brigar comigo
E depois da grande briga
Ele será meu amigo
A briga começa agora
Deixando ele em perigo

Você vai brigar comigo
E vai perder na questão
Cabra do nariz comprido
Deixe de alteração
Vou entrar na sua boca
E sair no seu coração

Deixe de mal criação
Venha lá como quiser
Pise no chão devagar
Bem na pontinha do pé
Eu nunca temi a um homem
Quanto mais a uma mulher

Não me chame de mulher
Tenha mais educação
Mulher é a tua mãe
O teu pai e teu irmão
Você ou corre ou apanha
Deixe de alteração

Cantador sem cotação
Desta sua qualidade
Que não respeita ninguém
E não tem capacidade
Deveria estar preso
Ou numa maternidade

Você não tem qualidade
Cantando desta maneira
Nasceste para fazer vergonha
A família brasileira
Pife do diabo tocar
Cantador de gafieira

Sou cantador de primeira
Em qualquer parte do mundo
Você é um poetaço
Desonesto e vagabundo
Parece até um fantasma
Que nasceu em outro mundo

Já nasci em outros mundos
Você também já nasceu
Já sofri em outros mundos
Você também já sofreu
Já morri em outros mundos
Você também já morreu

Onde você viveu
Só arranjou inimizade
E nesse que você vive
Nunca tem tranqüilidade
Cada um plantando colhe
A semente da verdade

Não quero me aprofundar
Sobre a reencarnação
Você está contratado
Para cantar mal criação
Você ou corre ou apanha
Desista da profissão

Na voz bruta do sertão
Serei o teu professor
Você é um aprendiz
Para mim não tem valor
No cenário musical
Sou o teu superior

Quem nasceu para ser cantor
Tem valor na profissão
Quem nasceu para ser violeiro
Morre com a viola na mão
Aprendiz será você
Que vive de exploração

Se eu fosse teu irmão
Explorava a todo mundo
Tenho personalidade
Sou um artista profundo
E não serei como você
Seu artista vagabundo

Pegue a reta vá embora
Que você vai apanhar
Vou quebrar sua vida
Vou te botar um azar
Deixo você arrasado
Para nunca mais aprumar

Não acredito em azar
E nem em feitiçaria
Tenho confiança em Deus
E na Santa Virgem Maria
Você é bom lá no Norte
Aqui só tem covardia

O meu pão de cada dia
Ganho com facilidade
Nunca gostei de mentira
Sempre falei a verdade
Nunca respeitei poeta
Dessa tua qualidade

Você só tem falsidade
Invejoso e descarado
Poeta tirando é
Um nome já consagrado
E esse será o seu
Pode ficar conformado

Você já foi processado
Nesta capital paulista
Levou uma grande pizza
Em Vitória da Conquista
E hoje vai levar outra
De um cantador repentista

Melhor que você desista
Seu contador atrevido
Sua cara é de mulher,
Que já deixou o marido
Desta vez você encontra
Munheca no pé do ouvido

Não me chame de atrevido
Seu canalha, seu canalha
Você vai correr relinchando
Carregando uma cangalha
Terá que pastar na vida
Comendo capim ou palha

Enfrento qualquer batalha,
Se você quiser brigar
Seu respeitado por todos
Estou em primeiro lugar
Já pode dar de pinote
Se não quiser apanhar

Agora vamos cantar
Noutro estilo diferente
Um quadrão soletrado
Que o nordestino sente
Faça o baião na viola
E já pode seguir na frente

Com P escrevo presente
Com V escrevo Vicente
Com C escrevo Clemente
Com S escrevo Sansão
Com J escrevo João
Com F escrevo Francisco
Com C escrevo Corisco
Com Q escrevo quadrão

Com R escrevo risco
Com A escrevo arrisco
Com D escrevo disco
Com C escrevo canção
Com B escrevo baião
Com V escrevo viola
Com G escrevo gaiola
Com Q escrevo quadrão

Com C escrevo cola
Com B escrevo bola
Com E escrevo escola
Com L escrevo lição
Com N escrevo nação
Com B escrevo Brasil
Com F escrevo fuzil
Com Q escrevo quadrão

Com G escrevo Gentil
Com um M escrevo mil
Com A escrevo abril
Com P escrevo prisão
Com R escrevo razão
Com D escrevo direito
Com F escrevo feito
Com Q escrevo quadrão

Com J escrevo jeito
Com R escrevo respeito
Com S escrevo sujeito
Com L escrevo ladrão
Com P escrevo padrão
Com A escrevo amizade
Com B escrevo bondade
Com Q escrevo quadrão

Com N escrevo novidade
Com V escrevo vaidade
Com C escrevo cidade
Com M escrevo mansão
Com S escrevo Sansão
Com C escrevo Camila
Com D escrevo Dalila
Com Q escrevo quadrão

Com V escrevo vila
Com M escrevo mochila
Com F escrevo fila
Com P escrevo patrão
Com A escrevo atenção
Com um Z escrevo zero
Com B escrevo bolero
Com Q escrevo quadrão

Agora vamos cantar
Em martelo agalopado
Já estou bem prevenido
Se você está preparado
Já pode seguir na frente
Cantando com mais agrado

Companheiro você está enganado
Cantador desta sua qualidade
Para mim nunca tem prosperidade
Passa fome e só vive atrapalhado
Eu sou forte sou mesmo mal criado
Não cresça que você vai correr
Aqui você tem que padecer
Respeitando um cantador repentista
E quem chama esta praga de artista
Está passando da hora de morrer

Aqui você tem que aprender
Dividir, somar e multiplicar
Ainda tem que aprender a cantar
E depois eu lhe ensino a escrever
Ou apanha ou então tem que correr
Vai cair na esquina na calçada
Depois eu dou-lhe uma botinada
Desta vez você pode até morrer
Esta peste para mim não vale nada
É tão ruim que nem aprendeu a ler

No lugar que você for cantador
O macaco vai ser radialista
O burro vai ser repentista
O cavalo vai ser compositor
O cachorro será seu professor
Que você nunca passa de aprendiz
Abre a boca não sabe o que diz
Nunca teve e nem tem educação
Hoje aqui vou lhe dar um bofetão
Que você cai e arrebenta o seu nariz

Este cabra só tem mal criação
Ruindade tamanha e cara feia
Já puxou doze anos de cadeia
E saiu com o nome de ladrão
Levou choque até no coração
Apanhou que ficou esmorecido
O pai dele ficou muito sentido
Até hoje é um pobre vagabundo
A mãe dele partiu para outro mundo
Para não ver este cara perseguido

Lá no norte o teu pai é conhecido
Inimigo de todas as vizinhas
Quando via aos poleiros das galinhas
Deixa o dono bastante aborrecido
Você pensa que já estou esquecido
De um porca que ele me roubou
Uma dívida que nunca me pagou
E você cuidado, muito cuidado,
Que seu pai está todo arrebentado
De uma pizza danada que levou

Este bobo não tem educação
Ou apanha ou desiste de cantar
Ou respeita um poeta popular
Ou daqui vai sair para prisão
A polícia está de prontidão
Que você está sendo procurado
Cantador vigarista descarado
Descarado cantador vigarista
Você hoje respeite um repentista
E se correr tem que morrer fuzilado

Se daqui eu sair aprisionado
Você vai parar no cemitério
Cadeia para mim não é mistério
Porque lá já estive bem guardado
E por todos já fui considerado
Não sem estar comigo, seu banana
Você foi preso em Feira de Santana
Até hoje o teu nome está fixado
Hoje aqui se você entrar em cana
Vai morrer ou apanhar do delegado

Vamos deixar o martelo agalopado
Para cantar um galope beira mar
Você pise no chão bem devagar
Que o trabalho via ser muito pesado
Você para mim está cansado
E não vai agüentar o meu rojão
É melhor desistir da profissão
Que você nasceu para bater carteira
Ou então trabalhar a gafieira
E ser puxa-saco do patrão

Esse bicho chegou lá em Copacabana
Dizendo que era um bom repentista
Namorou baiana, namorou paulista
Namorou paulista, namorou baiana
Tomava cachaça, comia banana
Comprou uma câmara daquelas de ar
Dizia: é agora que vou me banhar
Deitava na água, tomava sorvete
A polícia chegou, desceu e cacete
Levou ele preso da beira do mar

É sua mentira cantor atrevido
Para cantar galope já estou preparado
É de lado é de frente é de frente é de lado
É de frente é de lado é de frente
E no quente e no frio e no quente
Sou bom repentista nasci para cantar
A sua viola vai desafinar
A minha vida está bem afinada
E você comigo não topa parada
Cantando galope na beira do mar

É na mão, é no dedo, é no dedo, é na mão
É no dedo, é na mão, é na mão, é no dedo
É no medo, é no susto, é no susto, é no medo
É no pão, é na mesa, é na massa, é no pão
Ajeite a viola e segure o baião
Porque eu estou em primeiro lugar
Ou você me respeita ou vai apanhar
Cantador ruim da cabeça chata
Você hoje ou corre ou leva chibata
Cantando galope na beira do mar

Em Copacabana é de doer na vista
Vi cada mocinha deitada na areia
E outras cantando mais do que sereia
Pode ser nortista, pode ser sulista
Tem velho que fica doente da vista
Dizendo é agora que vou namorar
Garota bonita eu quero casar
Ela beija ele e ele beija ela
E depois do banho ou casa com ela
Ou com o pai dela na beira do mar

Chegou uma velha na beira da praia
Tirou o vestido e ficou de camisola
Ela tomava banho, ela jogava bola
Deitava na areia o povo dava vaia
Chegou um velhinho quase que desmaia
E disse é agora que vou me banhar
Com aquela velha irei me casar
A velha gritava pedindo socorro
O velho dizia: Desta vez eu morro
No banho gostoso da beira do mar

Chegou a polícia e deu voz de prisão
Dizendo: Velhão, você se comporta
O velho dizia: Eu sou vida torta
É aqui é na rua é na detenção
Comigo é no tiro, é na faca, é na mão
Eu sou respeitado em primeiro lugar
Minha namorada ninguém vai levar
Desta vez agora já vou em cana
Eu sai de lá faz uma semana
E vocês me perseguem na beira do mar

Velho descarado sem educação
Falou um soldado naquele momento
O velho pulava mais do que jumento
E dava cabeçada com disposição
A velha entrou de navalha na mão
Dizendo é agora que vou começar
Dava navalhada mesmo para matar
A polícia correu para não morrer
O velho gritava: Eu sou para valer
No banho gostoso da beira do mar

Chegou um moreno de um metro e noventa
Tirou logo a calça com disposição
Tirou a camisa ficou de calção
Uma carioca de um metro e oitenta
Beijava na boca e mordia na venta
Dizendo: Meu filho, vamos se banhar
Ele dizia eu quero sambar
Ela dançava, a areia cobria
O moreno cantava, chorava e gemia
No banho gostoso da beira do mar

Você para mim nunca foi repentista
Você para mim nunca foi violeiro
Não passa de um pobre cantor de banheiro
Lhe ou um conselho; é melhor que desista
Quero lhe avisar que você não insista
Você não insista quero lhe avisar
Sou bom violeiro nasci para cantar
Hoje quero ver se você é valente
Cantando um trocado daqueles bem quentes
Deixando o galope na beira do mar

Dou a frente pelo lado
Troco o lado pela frente
Troco o quente pelo frio
E não dou o frio no quente
Dou o louco pela louca
Troco o dente pela boca
Dou a boca pelo dente

Já estou ficando quente
Troco quem vem por quem vai
Eu dou quem sai por quem entra
Troco quem entra em quem sai
Dou você numa perua
Troco minha mãe na sua
E de volta lhe dou meu pai

Desse jeito assim não vai
Eu não sou de sua raça
Dou a praça pela vila
Troco a vila pela praça
Você vai cair no jogo
Dou a fumaça no fogo
Troco o fogo na fumaça

Dou o gin pela cachaça
E troco a cachaça no gin
Dou o ruim pelo bom
Troco o bom pelo ruim
Dou a tinta no papel
Troco Caim por Abel
E não dou Abel por Caim

Dou a barata no cupim
Troco o cupim na barata
Dou a gata pelo gato
Troco o gato pela gata
Dou a rata pelo rato
Dou a pata pelo pato
E troco o pato pela pata

Dou a cela na chibata
Troco a chibata na cela
Dou a tabela na conta
Troco a conta na tabela
Você vai virar presunto
Dou a vela no defunto
Troco o defunto na vela

Dou o cinema na tela
Troco a tela no cinema
Dou o tema pelo mote
E troco mote pelo tema
Dou o velho pelo novo
Troco a gema pelo ovo
Dou o ovo pela gema

Dou Joana em Iracema
Troco Iracema em Joana
Dou Suzana por Tereza
Troco Tereza com Suzana
Dou Francisca por Luzia
Sebastiana em Maria
Maria em Sebastiana

Troco Elizabete em Ana
Dou Ana em Elizabete
Dou Ivonete em Ivone
Troco Ivone em Ivonete
Dou Marinete em Ana
Luzinete em Adriana
Adriana em Luzinete

Troco Simone em Elizete
Dou Elizete em Celina
Troco Marina por Márcia
Dou Márcia por Carolina
Troco Andréa em Iara
Troco Angélica em Mara
Dou Mara por Severina

Dou José em Erundina
Troco Erundina em José
Dou Jessé em Adriano
Troco Adriano em Jessé
Troco João em Agripino
Dou Mané em Severino
Severino em Mané

Troco Daniel em André
Dou André em Daniel
Troco Maciel em Macedo
Dou Macedo em Maciel
Sou um cantador fiel
Troco Rafael em Jorge
Dou Jorge em Rafael

Dou Mathias em Miguel
Troco Miguel em Mathias
Dou Malaquias em Pedro
Troco Pedro em Malaquias
Dou Dalila em Sansão
Zacarias em Salomão
Salomão em Zacarias

Troco Amadeu em Josias
Dou Josias em Amadeu
Troco Tadeu e Felipe
Dou Felipe em Tadeu
Troco Lázaro em Elias
Eliseu em Ananias
Ananias em Eliseu

O galo daqui sou eu
E você é a galinha
Galinha é sua mãe
Sua irmã sua madrinha
Cuidado cabra safado
Você é corno e viado
Sua irmã é mulher minha

Tome sua linha
Que você vai apanhar
Vou quebrar sua viola
E lá boto um azar
Deixo você atrapalhado
Para nunca mais aprumar

Vamos encerrar
Essa nossa cantoria
Deus pai está presente
Com sua sabedoria
Seu filho onipotente
É meu verdadeiro guia

Adeus até outro dia
Não quero lhe criticar
Desejo que viva bem
Riqueza em primeiro lugar
Amor, saúde e amizade
Com respeito e dignidade
Irmão quero lhe desejar

FIM

A Severina e seu Casamento




VERSOS DE ASSIS JOSÉ DE ANDRADE (ANDRACI)


Eu vou falar como é
Minha "irmã" Severina
É malcriada e mentirosa
E tem a língua ferina
A cabeça parece um facho
Um olho alto e outro baixo
E o corpo não combina

O olho do lado esquerdo
Não tem sinal de pestana
O nariz é uma cela
A boca é uma sanfona
Ela é namoradeira
E gosta muito de carona

Ela tem uma orelha
Que parece uma gamela
Tem um metro de pescoço
Tem um inchaço na goela
Minha mãe não dorme mais
Somente pensando nela

A barriga muito grande
Uma perna endurecida
Cada pé é um pilão
Daquele sob medida
Nunca calçou um sapato
E só anda mal vestida

Ela carrega uma bolsa
Contendo algum dinheiro
De um lado um guarda-chuva
Pode crer meu companheiro
Gosta de homem casado
E namora rapaz solteiro

Tem mal cheiro de gambá
E de enxofre queimado
No lugar que ela chega
Deixa o povo embriagado
É capaz de lhe deixar
Até hipnotizado

Ela brigou com meu pai
E meu pai brigou com ela
Já bateu na minha mãe
E minha mãe bateu nela
Papai já deixou mamãe
Somente por causa dela

E também não tem comida
Que chegue na frente dela
Come um quilo de lingüiça
Come três de mortadela
Os vizinhos fecham os olhos
Quando ela sai na janela

Mamãe vive desgostosa
Chorando de mais a mais
Vou embora desta casa
Não posso viver em paz
Tenho uma filha única
"Parecendo o Satanás"

Já perdi todo cartaz
Meu Deus que será de mim
Se existirem outras vidas
Ela foi muito ruim
E é por isso que nessa
A peste nasceu assim

Eu que entende melhor
Sobre a reencarnação
Expliquei pra minha mãe
Sobre aquela provação
Ela foi uma assassina
No tempo da escravidão

Minha mãe não se aborreça
Não precisa mais chorar
Ela coçou a cabeça
E começou a falar
É só através do bem
Que podemos melhorar

E começou a rezar
Naquele mesmo momento
Foi chegando a Severina
Cheia de contentamento
E foi dizendo Oh! Mamãe
Arranjei um casamento

Quem é esse bonitão?
Que irá casar contigo
Não me apresente ele
Pode ser o inimigo
Ela respondeu sorrindo
O que eu quero consigo

Ele é bem conhecido
Pelo nome de "Buzega"
Portador de uma doença
Que quando não mata cega
Cresce o bucho, entorta a boca
E morrendo o diabo carrega

Credo em cruz, Ave Maria
Minha mãe falava assim
O que tem fim teve início
Você mesma é ruim
Se a doença dele pega
Vá pra distante de mim

Minha mãe não fale assim
Adore a quem lhe adora
Eu Já briguei com papai
E já bati na senhora
Me perdoa por caridade
Já chegou a minha hora

O meu pai foi embora
Hoje estou arrependida
Arrependimento tarde
Ainda tem saída
E em nome de meu pai
Perdoa-me, mãe querida

O meu namorado mora
Nas profundezas de um porão
O nariz dele parece
Um pneu de caminhão
Tem uma perna quebrada
E está faltando uma mão

Cada um o que merece
E você foi merecida
Vou fazer seu casamento
Que vai ser por despedida
Vou localizar seu pai
Com muito prazer na vida

Eu estou muito sentida
Porque a senhora chora
Cada um tem o seu dia
Já chegou a minha hora
Eu me caso e vou viver
Bem distante da senhora

Minha mãe lhe respondeu
Naquele mesmo momento
Vou comprar teu enxoval
Até por dez e quinhentos
E só quero ver teu noivo
No dia do casamento

Quando foi no outro dia
Meu pai chegou ao portão
Minha mãe o abraçou
Com muita satisfação
Enquanto a filha chorava
E lhe pedia perdão

Oh!, meu pai, perdoa a mim
Fui uma filha grosseira
Gostei de homem casado
Fui muito namoradeira
E agora vou me casar
Parece até brincadeira

Está tudo perdoado
Quero ver você casada
Vou fazer teu casamento
Sem precisar de zoada
Sua mãe já me contou
As feições do camarada

Não quero que ele venha
Aqui no nosso aposento
Vou mandar comprar carneiro
Porco, cavalo e jumento
Só quero conhecê-lo
No dia do casamento

Você vai falar com ele
Traga logo a decisão
Chegue lá bem educada
Sem precisar discussão
Se não você perde o bicho
Que já está na sua mão

Ela já saiu correndo
Toda cheia de emoção
O poeta foi atrás
Com a caneta na mão
Foi um tal de corre-corre
Na descia do porão

Ela desceu a escada
Eu também desci atrás
E avistei um mulato
Parecendo o Satanás
Brigando com sua mãe
Falando grosso demais

Eu fiquei bem escondido
Por detrás de um paredão
Ela caiu da escada
Foi em sua direção
O mulato deu um grito
Que estremeceu o chão

Não se assuste, querido
É sua noiva estimada
Desci correndo demais
Escorreguei na escada
Mas a queda foi pequena
Não estou sofrendo nada

O crioulo a ela abraçou
Com toda disposição
Ela beijava o crioulo
Toda louca de paixão
Apareceu uma velha
De cintura de pilão

Era a mãe do crioulo
Bem vestida de cigana
Foi chegando um velho magro
Com um cacho de banana
Tinha um olho esbugalhado
Sem um sinal de pestana

E foi dizendo: meu filho
Você hoje tem visita?
Essa é a minha noiva
De uma família bendita
O velho disse: prazer
Oh! que moça tão bonita

Respondeu a Severina
Chegou a vez e a hora
O prazer é todo meu
De lhe conhecer agora
O casamento é do gosto
Do senhor e da senhora?

Disse o velho sem demora
Já vamos marcar o dia
Casamento é uma sorte
Minha mãe bem que dizia
E se meu filho tiver sorte
É a maior alegria

O casamento tem que ser
Dia primeiro do mês
A velha disse: meu velho
Pode ser no dia três
O velho respondeu: não!
Agora é no dia seis

"Buzega" disse: papai
Deixe de malcriação
O senhor está precisando
De ter mais educação
No dia do casamento
Eu não quero confusão

Foi chegando a mãe da velha
Com um foice na mão
E eu do mesmo lugar
Fiquei prestando atenção
E chegou a família toda
Na profundezas do porão

A Severina pulava
De tanto contentamento
O noivo dela falava
Com esperteza e talento
Só quero conhecer teus pais
No dia do casamento

Já pode avisar a eles
Que está tudo marcado
Eles vão se preparando
Que eu estou preparado
No dia do casamento
Eu chego lá bem trajado

Ela foi se despedindo
Toda cheia de emoção
E dali eu fui saindo
Sem lhe dar demonstração
E expliquei a meu pai
A triste situação

Encontrei mamãe chorando
Encostada no fogão
O meu pai muito nervoso
Com um cacete na mão
Já briguei com um vizinho
Oh! Que atrapalhação

Eu disse: mamãe querida
Não precisa mais chorar
Eu sou muito curioso
Tudo pude observar
Já pode ficar ciente
Que ela vai se casar

A senhora desta vez
Vai sair do sofrimento
Sua filha está pulando
De tanto contentamento
Dia seis do mês que vem
Foi marcado o casamento

Ela vem atrás de mim
E vai chegar de madrugada
A senhora faz de conta
Que não está sabendo de nada
O meu pai prepare tudo
Sem precisar de zoada

Quero ver ela casada
E bem distante de mim
Vou tirar esta urtiga
Que está no meu jardim
Já queimou as minhas flores
E está queimando a mim

Oh! Meu pai, não fale assim
Seja mais conhecedor
Ela foi muito ruim
Numa vida anterior
Por isso nasceu assim
Quero explicar ao senhor

Ele demorou um pouco
E depois me respondeu
Tua irmã nasceu assim
E que culpa tenho eu
Isso foi problema dela
E não é problema meu

No relógio da parede
Já estava a zero hora
Apareceu um perfume
Vomitei tudo pra fora
Mamãe disse: é Severina
Ela vem chegando agora

Quando ela bateu na porta
A cozinha estremeceu
Os pratos caíram todos
Um gato velho correu
Um vizinho foi chegando
E nessa hora morreu

Eu fiquei observando
Todo seu comportamento
Ela dizia: meu pai
Consegui o meu intento
Dia seis do mês que vem
Foi marcado o casamento

Ele está muito contente
E mandou lhe avisar
Que só quer lhe conhecer
Quando esse dia chegar
Já pode prepara tudo
O que eu quero é me casar

O velho disse: eu vou comprar
Doze metros de cambraia
Dezoito metros de chita
Pra fazer a tua saia
Ela disse: não! Meu pai
Vou casar de mini-saia

Ela mesma compra tudo
Minha mãe falou ligeiro
O velho disse: está certo
Eu sou muito verdadeiro
E deu dez milhões a ela
Tudo em notas de um cruzeiro

O meu pai soltou-lhe os pés
Em cima do coração
E quebrou a faca dele
Bateu com ele no chão
Respeite casa de homem
Cabra sem educação

Chegou um mulato velho
Parecendo uma girafa
Não pego peixe de anzol
Sempre peguei de tarrafa
Passou a mão num cacete
E foi pegando uma garrafa

O meu pai partiu para cima
Com toda disposição
Segure a garrafa, cabra
Eu vou lhe pegar a mão
O outro ficou gemendo
Embolando pelo chão

Ele jogou a garrafa
O meu pai se defendeu
Deu-lhe uma cabeçada
Que ele até gemeu
Caiu em cima da mesa
Se levantou e correu

Severino pandeirista
Discutiu com Zé do fole
O Mané do tamborim
Quis brigar com João Tingole
Com ciúmes da cantora
Maria da Boca Mole

Com meia hora depois
A polícia foi chegando
O que aconteceu aqui
Todos foram perguntando
O meu pai já foi dizendo
Vão logo se retirando

Um soldado foi dizendo
Este velho é bagunceiro
O meu pai disse: soldado
Deixe de ser tão grosseiro
Tenha mais educação
E respeite um brasileiro

Já estou ficando louco
Está me chegando a ira
Eu também já fui soldado
Já fui escrivão e tira
Tenho 66 anos
Nunca gostei de mentira

Severina deu um grito
Que a casa estremeceu
O galo daqui é meu pai
E a galinha sou eu
Começou o quebra pau
E todo mundo correu

A minha mãe foi embora
Na casa só ficou eu
Depois o velho chegou
Retirando o quer era seu
A Severina azarada
Com aquele camarada
Irá viver no museu